35 | I Série - Número: 017 | 7 de Novembro de 2008
O programa Pagar a Tempo e Horas não foi um fracasso. Injectámos na economia cerca de 300 milhões de euros para pagar dívidas no âmbito deste programa. É certo que a grande beneficiária foi a Região Autónoma da Madeira, que veio a utilizar esta medida,»
A Sr.ª Helena Terra (PS): — Ao princípio, na Madeira, eram todos contra!
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — » mas há 39 autarquias que beneficiaram deste programa e que regularizaram pagamentos à luz do mesmo.
O IVA de caixa, como já foi explicado, é algo que não pode ser instituído como regime geral do IVA, porque é contrário ao normativo comunitário nesta matéria.
Protestos do Deputado do PCP Honório Novo.
A existência de regimes de IVA de caixa é limitada a casos particulares, a montantes limitados, em sectores muito específicos e em condições muito controladas. Os casos que o Sr. Deputado referiu, quer da construção, quer dos transportes, são exemplos da aplicação limitada desse regime. Não estamos a falar de um regime generalizado de IVA de caixa, que não é possível à luz da directiva comunitária.
Sr.ª Deputada Hortense Martins, com certeza que uma das grandes vertentes e preocupações deste Orçamento são as pequenas e médias empresas, havendo medidas de natureza fiscal e financeira que as apoiam, mas os domínios da formação profissional são fundamentais, porque, se queremos desenvolver a nossa capacidade competitiva, temos também de apostar na qualificação dos recursos e na sua valorização, sendo que o esforço que os Ministérios da Educação e do Trabalho e da Solidariedade estão a desenvolver em programas de formação e até em programas de formação combinada, com componente profissional e tecnológica e componente educativa, são exemplos dessa preocupação, procurando dotar as pequenas e médias empresas de valências acrescidas neste domínio.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Duarte Pacheco.
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Ministro de Estado e das Finanças, as palavras deste Governo já não têm qualquer credibilidade!
Vozes do PS: — Oh!»
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Este é um facto que o Sr. Ministro aqui evidenciou, mais uma vez. Dissenos, hoje, aliás, na senda do que o Sr. Primeiro-Ministro disse recentemente, que já tinha conhecimento da crise há alguns meses.
Mas o que disse o senhor e o que chamou a todos os portugueses que diziam que a crise estava aí, à porta? O que é que o Sr. Ministro chamou ao FMI por dizer que a crise teria impacto na economia portuguesa? O Sr. Ministro deu o exemplo do jogo de ontem do Porto. Foi um mau exemplo, Sr. Ministro!
Vozes do PS: — Mau?!»
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Porque o que acontece é que todos estavam a ver o resultado do jogo, todos estavam a perceber o resultado do jogo, menos o Governo, menos o Sr. Ministro das Finanças. Ora, aqui já não se trata de não perceber o jogo. Aqui trata-se mesmo de incompetência, Sr. Ministro.
Mas sabe também por que é que já não tem credibilidade? E já não estamos a falar do passado, estamos a falar do presente e do futuro. O que acontece é que os senhores têm um Orçamento que já foi desmentido em termos de previsões por tudo o que é organismos internacionais, mas o Sr. Ministro continua a afirmar que o que aqui está é que está correcto! Um exemplo, mais uma vez, de falta de credibilidade.