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29 | I Série - Número: 017 | 7 de Novembro de 2008

sem atender às suas responsabilidades concretas no que diz respeito à dificuldade de vida dos portugueses, está a abrir a porta a uma nova crise para os próximos anos.

O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Termino já, Sr. Presidente.
Gostaria, pois, de saber porquê a inscrição daquela verba no Orçamento e não outra para o Fundo de Carbono, tão deficitário.

Vozes do PCP: — Muito bem!

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro das Finanças.

O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Sr. Presidente, Sr. Deputado José Manuel Ribeiro, perguntame quando é que o Governo vai falar verdade aos portugueses. O Governo tem vindo sempre a falar verdade aos portugueses.

O Sr. José Manuel Ribeiro (PSD): — Não é verdade!

O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Nós não entramos em embustes para com os portugueses, como outros fizeram anteriormente, dando-lhes a ilusão de que os problemas orçamentais tinham sido resolvidos com grande rigor e grande determinação quando, de facto, tudo não passou de um grande faz-deconta.
Em boa verdade, o saldo orçamental que foi atingido em 2003 e 2004 escondeu uma grande incapacidade para consolidar as finanças públicas.

O Sr. José Manuel Ribeiro (PSD): — Vinha de trás, Sr. Ministro!

O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Nesses anos, assistiu-se a consideráveis aumentos da despesa pública, a um descontrolo da despesa, à incapacidade de conter o défice, tendo sido necessário recorrer a subterfúgios, através de medidas de titularização de créditos e com recurso a fundos de pensões, no montante de 3000 milhões de euros em cada ano, para disfarçar essa incapacidade. Isso é que foi andar a enganar os portugueses! Isso é que foi haver falta de verdade para com os portugueses!

Aplausos do PS.

A política orçamental deste Governo tem sido de consistente redução do défice, na base de reformas profundas que garantem que a despesa está controlada de forma sustentada.

O Sr. José Manuel Ribeiro (PSD): — Não é verdade!

O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Chamo a atenção do Sr. Deputado para a evolução das despesas com o pessoal da Administração Pública, cujo peso em relação ao PIB, entre 2005 e 2008, e pela primeira vez na nossa história, apresenta uma descida de 1,7 pontos percentuais, o que significa um considerável esforço de contenção! Chamo também a atenção para as remunerações certas e permanentes — no fundo, têm a ver com os salários —, que, ano após ano, têm vindo a ser ligeiramente reduzidas, nominalmente, e para uma muito significativa redução do número de funcionários na nossa Administração, nunca antes registada. Isso é contenção orçamental! Sr. Deputado, assumo que, para o ano, temos de fazer um esforço considerável para resistir aos efeitos da actual crise. Temos de aumentar o investimento, tal como o apoio às famílias, o que implica maiores custos.
Mas é necessário que gastemos esse dinheiro, porque é preciso apoiar as empresas, apoiar as famílias,