13 | I Série - Número: 018 | 8 de Novembro de 2008
Portugal». Teixeira dos Santos dixit!
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Bem lembrado!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Uma crise que o Governo não quis ver, de um momento para o outro transformou-se, por pura habilidade ou conveniência, no argumento central, na desculpa principal, para disfarçar aquilo que já era, bem antes da crise, uma governação falhada.
Este Orçamento é, assim, uma mistificação, que mostra o acessório para esconder o essencial, como quem mostra algumas árvores para tentar esconder a floresta.
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Por isso, votaremos contra.
O que o Governo nos ofereceu neste debate foi, para além da arrogância habitual, um conjunto de habilidades e de truques contabilísticos. E, pasme-se, um Primeiro-Ministro reciclado em neo-socialista, cheio de retórica ideológica — mas de só de retórica — contra os «maus» que estão em Washington e em Wall Street. Contra estes temos então o nosso José Sócrates, neo-socialista, ibero-americano, de Magalhães em punho contra os yankees, paladino da Europa e da solidariedade social.
Aplausos do CDS-PP.
É um completo embuste! Esquecendo-se que a Islândia faliu e é na Europa; que a Espanha é aqui ao lado e está a entrar em recessão, sendo liderada, essa, sim, por um verdadeiro neo-socialista; e que quem tem liderado a Europa nesta crise, e com alguma eficácia, é um político que não é de esquerda, muito menos é socialista, que se chama Nicolas Sarkozy.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Retórica ideológica e habilidades políticas não resolvem os problemas de ninguém. O que se exigia, principalmente numa altura de crise, era coerência, rigor e humildade. Foi o que faltou e, também por isso, o CDS votará contra.
Aplausos do CDS-PP.
O ponto alto desta habilidade orçamental é o momento em que, no final do seu discurso, V. Ex.ª, Sr.
Primeiro-Ministro, veste, de novo, a pele de um candidato em campanha para, citando Roosevelt, nos prometer «acção e acção agora».
Há um momento em que não ficou qualquer dúvida de que V. Ex.ª parecia querer apanhar a boleia do recém-eleito Presidente dos Estados Unidos da América, para nos dizer, como já tinha dito numa entrevista, que aderiu ao slogan «sim, nós vamos conseguir».
Mas, Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as e Srs. Deputados, quem governou o País nestes últimos quatro anos? A diferença é óbvia. Este Primeiro-Ministro não chegou ao poder na terça-feira passada, tem um registo e tem uma contabilidade que tem de ser avaliada.
Foi este Primeiro-Ministro que nos prometeu atingir uma meta de crescimento de 3% ao ano (basta ver o PEC de 2005) e nos disse que estaríamos, agora, a convergir com a União Europeia.
Na melhor das hipóteses, o crescimento será de 0,6%; 0,1% para a União Europeia e para o FMI.
Sr. Primeiro-Ministro, não, não conseguiu!
Aplausos do CDS-PP.
Foi José Sócrates e o seu Governo quem nos prometeu criar 150 000 postos de trabalho e combater o