24 | I Série - Número: 022 | 5 de Dezembro de 2008
Vozes do BE: — Muito bem!
A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Mas a vigilância e a chantagem do Partido Socialista estão a apertar e a atingir o frenesim.
A Sr.ª Directora Regional do Norte, por exemplo, multiplica-se em reuniões e impõe a entrega de objectivos.
Os directores regionais pressionam os presidentes de conselhos executivos e os coordenadores de departamento, como se estes não devessem estar a fazer o seu trabalho.
Há votantes e muitos militantes do Partido Socialista indignados, mas a Ministra assevera que a experiência mais comovente que teve foi a de receber a carta de um menino, a agradecer-lhe o computador, garantindo que quando for grande quer ser do Partido Socialista.
Vozes do PS: — E muito bem!
A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Curiosa, Sr.ª Ministra, a imagem que retçm do sistema educativo!» De duas uma: ou tem muita esperança ou só faz cálculos a 20 anos! A escola pública, Sr.as Deputadas e Srs. Deputados, é que não perdoa o experimentalismo em matéria de educação e, por este caminho, a escola pública estará liquidada quando os meninos forem homens!
Vozes do BE: — Muito bem!
A Sr.ª Cecília Honório (BE): — A instabilidade que se vive nas escolas não pode continuar! A escola e, principalmente, os alunos não podem continuar reféns da teimosia do Governo.
É preciso suspender, imediatamente, este modelo de avaliação.
É preciso encontrar um modelo credível e que não se esteja sujeito a quotas de mérito nem a professores de «primeira» e de «segunda» categoria, que é a maior perversão — como toda a gente já percebeu — que se encontra no estatuto da carreira docente que este Ministério definiu.
É disto que os portugueses, os alunos, os professores e a escola pública precisam: é de estabilidade e de tranquilidade para assegurar o futuro dos nossos alunos! É isto que os portugueses esperam do Governo ainda, mesmo que já nada esperem desta Ministra da Educação!
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Para intervir neste momento de abertura do debate de urgência, pelo Governo, tem a palavra a Sr.ª Ministra da Educação.
A Sr.ª Ministra da Educação (Maria de Lurdes Rodrigues): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Este Governo pediu muito às escolas e aos professores.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Arrelias!
A Sr.ª Ministra da Educação: — Estou ciente disso, mas apenas o fizemos porque era necessário.
A Sr.ª Helena Terra (PS): — Muito bem!
A Sr.ª Ministra da Educação: — Os portugueses e a escola pública não podiam, e não podem, esperar mais. Portugal continuava a atrasar-se todos os anos em relação a outros países da Europa e não nos podíamos resignar com esse atraso.
Na nossa visão, a escola pública tem de servir mais e melhor os seus alunos, tem de acompanhar mais as crianças e os jovens que a frequentam, tem de alcançar melhores resultados.