25 | I Série - Número: 028 | 19 de Dezembro de 2008
O Sr. Adão Silva (PSD): — O Governo foi incapaz de ler os sinais da crise que se estava a abater sobre as empresas e as famílias portuguesas e por isso, em vez de antecipar a iniciativa, vem agora, apressadamente, anunciar um conjunto de medidas cujos efeitos não sabe quantificar nem é capaz de prever.
Uma coisa lhe dizemos, desde já: esses efeitos são seguramente prejudicados pelo atraso na sua adopção, por teimosia e miopia da exclusiva responsabilidade da maioria socialista.
Pergunta-se ao Primeiro-Ministro, como ontem fez o Presidente do Grupo Parlamentar do PSD, Deputado Paulo Rangel, qual seria a diferença na taxa de desemprego para 2009 sem este conjunto de medidas e com este conjunto de medidas, e ele não responde, porque não sabe.
Interpela-se o Primeiro-Ministro sobre os efeitos das medidas no crescimento da economia e do Produto em 2009, e ele responde que, lá para Janeiro ou Fevereiro, se verá»! Estamos, assim, perante um Primeiro-Ministro não apenas mal preparado»
O Sr. Agostinho Branquinho (PSD): — Irresponsável!
O Sr. Adão Silva (PSD): — » para enfrentar a crise que ele próprio classifica como muito grave, como, ainda por cima, ignorante, flagrantemente ignorante, face aos efeitos das medidas que ele próprio mandou elaborar e fez aprovar.
Aplausos do PSD.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Pode o povo confiar num Governo e num Primeiro-Ministro inseguro e insensível?
Vozes do PSD: — Não!
O Sr. Adão Silva (PSD): — Podem os portugueses dar crédito a um Governo que não age no tempo em que devia de forma a prevenir os males maiores que se anunciam e actua, depois, a reboque dos acontecimentos, sem estratégia nem linha de rumo?
Vozes do PSD: — Não!
O Sr. Adão Silva (PSD): — Quem poderá dar confiança aos trabalhadores portugueses que vêem o seu emprego em risco? Às famílias que, sem perceberem porquê, ouvem anúncios de aumentos desmedidos do preço do pão e da energia? Às empresas que definham por falta de crédito e por estrangulamento do consumo? A sociedade, em geral, de quem se apossou o medo e a descrença? Não será, seguramente, este Governo nem tão pouco este Primeiro-Ministro minado pela desconfiança e pelo atabalhoamento, enredado num jogo de aparências e de faz-de-conta, que perdeu definitivamente a validade e a eficácia!
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Nuno Teixeira de Melo): — Inscreveram-se, para pedir esclarecimentos, três Srs. Deputados. O Sr. Deputado Adão Silva informou a Mesa que pretende responder individualmente a cada pedido de esclarecimento.
Tem a palavra, para pedir esclarecimentos, a Sr.ª Deputada Maria José Gambôa.
A Sr.ª Maria José Gambôa (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Adão Silva, ouvi-o com muita atenção, aliás, naturalmente, como os demais Deputados presentes nesta Casa.
O Sr. Deputado falou muito no sentido de responsabilidade que, neste momento, Portugal tem de ter perante os portugueses — é verdade! E falou da crise, que também é verdade.
O Sr. Agostinho Branquinho (PSD): — E também falou de irresponsabilidade do Primeiro-Ministro!