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19 | I Série - Número: 040 | 30 de Janeiro de 2009

Como todos sabemos, atribuir aos outros as causas dos nossos próprios fracassos é uma atitude frequente e, em política, ainda mais, mas é também sempre errada.
Nessa medida, aquilo que o País de nós exige é que, nas difíceis circunstâncias que atravessamos, sejamos capazes de atribuir responsabilidades e de apontar culpados pela presente crise.
E como o PSD tem consistentemente afirmado, tantas vezes contra ventos fortes e marés poderosas, os principais responsáveis pelo actual estado de coisas têm nome e têm rosto, são o Primeiro-Ministro, o Governo que chefia e o partido que o apoia.

Aplausos do PSD.

O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — É, ç»!

O Sr. José de Matos Correia (PSD): — Não desconhecemos a dimensão da crise internacional actual e não ignoramos que um País como Portugal, com a nossa dimensão e as nossas características, sempre seria afectado por essa crise.
Mas sabemos também que a dimensão que ela atingiu se deve, em larguíssima medida, aos erros e às inconsequências do Governo.
Estamos onde estamos por causa deste Primeiro-Ministro e por causa deste executivo; estamos assim porque preferiram apregoar em vez de agir, porque não quiseram ou não souberam fazer o trabalho de casa e o que é mais extraordinário é que falharam em toda a linha quando dispuseram de tempo e de um conjunto, porventura irrepetível, de condições particularmente favoráveis, tanto interna quanto externamente.
Como se o acumular de dislates e de trapalhadas não fosse, por si só, suficiente, novos desenvolvimentos se avizinham porém. Refiro-me, evidentemente, ao modo como o Governo pretende enfrentar a crise e às medidas que vai apregoando.
O que têm os socialistas para nos propor, então? Apenas o mesmo de sempre, isto é, o recurso a investimentos públicos faraónicos, e de utilidade absolutamente discutível no momento presente, e à abertura de linhas de crédito para empresas já altamente endividadas.
Nada mais, portanto, do que uma espécie de Keynesianismo requentado e tardio, propostas que só podem, portanto, provir de quem continua a não vislumbrar as verdadeiras raízes dos problemas nacionais e a ser, em consequência, incapaz de encontrar as soluções para lhes por cobro.

O Sr. Horácio Antunes (PS): — Tenha calma!

O Sr. José de Matos Correia (PSD): — Sr. Presidente, Saras e Srs. Deputados: Após quatro anos de sacrifícios que lhes foi pedido que suportassem, os nossos compatriotas olham em seu redor e desanimam, porque vêem um País pior do que aquele que tinham antes de este Governo assumir funções; porque recordam que muito lhes foi pedido e agora nada lhes é assegurado; porque constatam que as disparidades aumentaram; porque se apercebem de que temos uma economia menos competitiva; porque intuem que, a cada hora que passa, as possibilidades de construir um futuro melhor para si e para os seus filhos vão decrescendo e porque têm consciência de que o preço a pagar pelos fracassos deste Governo vai ser muito elevado e que esse preço não vai ser suportado pelos verdadeiros responsáveis, mas por todos nós.
Só que este tempo também pode e deve ser um tempo de esperança.
É porque está nas mãos dos portugueses a possibilidade de pôr fim a este período de estagnação e de adiamentos em que o País vive desde Abril de 2005; está nas mãos dos portugueses tomar as decisões que permitam mudar o rumo da governação e recuperar o tempo perdido; está nas mãos dos portugueses dar lugar à alternativa política de que o país tanto carece.
O PSD, pelo seu lado, está disponível para protagonizar essa alternativa. Uma alternativa que, como hoje todos já se apercebem, assenta em pressupostos diversos, em políticas diferenciadas e em objectivos distintos.
Se for essa a vontade dos nossos compatriotas, saberemos estar à altura do desafio, como sempre, apenas e só por Portugal!