18 | I Série - Número: 049 | 21 de Fevereiro de 2009
Portanto, a questão que se coloca não é de menos transparência na escolha de fornecedores mas, sim, de fazer bem e depressa aquilo que é necessário fazer conforme as prioridades que foram definidas. E na saúde são as unidades de saúde familiares, a requalificação das urgências e os cuidados continuados.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Ricardo Martins.
O Sr. Ricardo Martins (PSD): — Sr. Presidente, registo que a Sr.ª Ministra não soube responder a esta pergunta,»
Protestos do PS.
» o que ç, desde logo, um mau prenõncio quando a responsável da tutela não sabe como ç gasto o dinheiro público.
Sr.ª Ministra, os exemplos de desbaratamento do dinheiro público não se ficam por aqui. Como é possível aceitar que o Governo, em época de crise económica e social como aquela que atravessamos, se permita esbanjar, desbaratar, desperdiçar dinheiro em cerimónias pomposas de propaganda política como aconteceu recentemente com a cerimónia de celebração dos acordos do Programa Modular da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, com a presença da Sr.ª Ministra e do Sr. Primeiro-Ministro, cujos custos terão oscilado entre 31 e 44 000 €. Aliás, o mesmo já tinha acontecido com o lançamento do concurso do novo Hospital Central do Algarve, que, segundo a comunicação social, terá custado cerca de 50 000 €.
Sr.ª Ministra, não considera indecoroso e quase insultuoso que em apenas duas cerimónias públicas o Governo tenha gasto 90 000 €, dinheiro que daria para cerca de 5000 diárias de internamento numa unidade de longa duração da Rede de Cuidados Continuados? Isto é vergonhoso! Gostava de ouvir a sua opinião.
Aplausos do PSD.
O Sr. Mendes Bota (PSD): — É só esbanjar!
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Secretário de Estado Adjunto e da Saúde.
O Sr. Secretário de Estado Adjunto e da Saúde: — Sr. Presidente, Sr. Deputado, gostaria de fazer dois comentários: um para lhe dizer que esta equipa governamental está aqui para responder às perguntas e o facto de não ser a Sr.ª Ministra a usar da palavra não quer dizer que os Secretários de Estado não possam e não devam trazer também a sua informação a esta Câmara.
Protestos do PSD.
O outro para falar acerca dos desperdícios. Sr. Deputado, não vou comentar questões relacionadas com a realização de cerimónias. Consideramos importante haver condições para passar a informação aos portugueses sobre aquilo que vai acontecendo no País, designadamente a acção dos serviços públicos.
É porque, quanto à questão do desperdício de recursos, era bem melhor prestarmos atenção àquilo que se passa na área do medicamente e ao que se gastava anteriormente, que se estima hoje em cerca de 750 milhões de euros, e que os portugueses, directamente ou através dos impostos, pouparam nestes quatro anos com a acção deste Governo.
Era bom falarmos do que tínhamos há quatro anos em termos de cuidados continuados, que era a aquisição de camas, fossem elas ocupadas ou não, quando hoje temos um sistema de cuidados continuados em crescimento e a funcionar de forma correcta. Esses, sim, são certamente os desperdícios de que valeria a pena tomar nota.