34 | I Série - Número: 060 | 21 de Março de 2009
A Sr.ª Alda Macedo (BE): — Está enganado!
O Sr. Jorge Seguro Sanches (PS): — Portugal é reconhecido pelos especialistas como um dos países com maior potencial ao nível da energia das ondas.
Com certeza que, há 20 anos, o Bloco de Esquerda (se tivesse história) teria a mesma perspectiva em relação à energia eólica: também estaria contra. Aliás, está sempre contra tudo. Parece, a quem o ouve, que tem alguma razão, mas se analisarmos de forma séria o que diz, sabemos que não.
Assim como não têm razão os partidos que querem acusar o Governo por aproveitar a área da energia solar, uma das áreas mais importantes. Não se compreende que PCP tenha vindo atacar o Governo de falta de transparência, porque, ao nível do solar, o PCP não tem propostas nenhumas.
O CDS tentou, nos últimos dias, requerer um agendamento potestativo em relação à área do solar, mas, como se viu, ontem, que tinha possibilidade de o fazer, nem o apresentou, porque sabe que não tem razão, porque se deixa guiar apenas pela «espuma» dos noticiários do dia-a-dia.
O Sr. Francisco Madeira Lopes (Os Verdes): — A pergunta ç»
O Sr. Jorge Seguro Sanches (PS): — Perguntam-me qual é a questão que quero colocar.
Sr. Ministro, gostaria de saber quais são as perspectivas que temos ao nível da incorporação das energias renováveis para os próximos anos no nosso país.
Temos metas assumidas para 2010, mas muitos especialistas, hoje, apontam para a possibilidade de incorporarmos cerca de 60% de energia renovável na nossa electricidade em 2020. É bom que a oposição o saiba.
Sr. Ministro, gostava de saber qual é a sua opinião.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Ministro da Economia e da Inovação.
O Sr. Ministro da Economia e da Inovação: — Sr. Presidente, Sr. Deputado, referiu que o nosso objectivo para 2020 é de incorporarmos 60% de energia renovável. Isso corresponde à realidade.
Queria aqui garantir que tudo o que é necessário para passarmos dos actuais 43% para os 60% já está em marcha. Não se trata de um plano a 12 anos que estamos a deixar para lançar daqui a cinco ou seis anos.
Não! As barragens foram lançadas, os concursos para energia eólica foram lançados, tudo foi lançado. É um sector em que estamos a ter um grande sucesso. É uma grande conquista do País, porque foram feitas as escolhas certas, no momento certo.
O Sr. Deputado referiu-se, de forma muito gentil, ao facto de o meu nome estar associado às energias renováveis.
Imagine-se que eu deixava o Governo e defendia a construção de centrais a carvão. Ninguém ia perceber isso, iam dizer que eu era uma pessoa com duas caras: quando estava no Governo defendia as energias renováveis, quando saía do Governo defendia as energias a carvão.
Ora, o PSD, quando esteve no governo, o que é que defendia? Defendia a «tanga» e a obsessão pelo orçamento; agora defende as PME. Ou seja, tem duas caras: uma quando está no governo, outra quando está na oposição.
Quando um político tem duas caras, o que é que as pessoas fazem? Não acreditam nele e esse político não consegue transmitir a mensagem.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — O senhor sabe bem do que fala! O senhor fala de cátedra, fala com conhecimento de causa!