31 | I Série - Número: 060 | 21 de Março de 2009
Referiu-se à General Motors.
Como sabe, a General Motors entendeu fechar a fábrica da Azambuja, fábrica essa que todos os conhecedores do sector sabiam que era eficiente. Tal decisão foi tomada exclusivamente devido aos gravíssimos problemas da General Motors que, a nível internacional, está numa situação de pré-falência.
Tivemos dezenas de reuniões com a administração da empresa, nos EUA, na Europa, onde a administração está sedeada na Suíça, com a administração local e, seguramente, com os sindicatos. Não foi possível chegar a uma solução.
Quando a General Motors encerrou a sua fábrica, foi constituído um tribunal arbitral, presidido pelo Professor Paulo Pitta e Cunha, em que o representante do Estado era o Dr. Luís Sáragga Leal e o representante da General Motors era o Doutor Pedro Pais de Vasconcelos, antigo Deputado do PSD e membro da direcção do partido, que, portanto, é a pessoa melhor colocada para explicar como é que acha justo que a indemnização a receber pelo Estado tenha sido limitada a 18 milhões de euros.
Quero esclarecer que esses 18 milhões de euros correspondem integralmente aos pagamentos que tinham sido feitos à General Motors, a título de incentivos financeiros.
Portanto, há que perguntar ao Doutor Pedro Pais de Vasconcelos, ex-Deputado do PSD e dirigente do mesmo partido,»
A Sr.ª Alda Macedo (BE): — Não, não! Há que perguntar é ao Governo! O Governo é que negoceia!
O Sr. Ministro da Economia e da Inovação: — » quais são as razões que lhe assistem para ter defendido a opinião que defendeu.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada Alda Macedo, tem a palavra, para replicar.
A Sr.ª Alda Macedo (BE): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, é extraordinário! A maneira como o Governo «lava as mãos» em relação ao processo de condução da política nacional é absolutamente extraordinária! Não importa quem é que é Deputado de que partido, o que importa é o seu papel, enquanto membro do Governo e responsável pela política nacional. É no campo da política nacional que o Sr. Ministro tem de dar os esclarecimentos devidamente.
Não basta dizer que tem «bandeiras». Se tem «bandeiras», então, é preciso que haja transparência em relação à forma como as mesmas são «transportadas» em todos os negócios que o Governo facilita e nas decisões que toma.
No campo do que são sectores industriais que precisam de incentivo e de apoio do Governo, também tem de explicar, em relação ao sector têxtil, que aspira ao apoio do Governo para a renovação e a especialização tecnológica, quais são os planos, como é que vai intervir nesta área.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Ministro da Economia.
O Sr. Ministro da Economia e da Inovação: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada, agradeço a oportunidade que me dá de anunciar que, na próxima semana, será assinado, com o sector do têxtil, vestuário e calçado, o plano de ajustamento face à crise internacional e à necessidade de modernização do sector, o qual era reclamado há muito.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Madeira Lopes.