29 | I Série - Número: 060 | 21 de Março de 2009
Sr. Deputado, ainda não percebeu que, neste novo pacote orçamental, o capital de risco foi reforçado em 400 milhões de euros, o que representa 30 vezes mais intervenções de capital de risco do que em 2002, 2003, 2004, quando o País estava em recessão e os senhores estavam no governo? Finalmente, a proposta relativamente ao sistema financeiro que é tida pelo Sr. Deputado Agostinho Lopes — e muito bem — como uma apropriação das ideias do Partido Comunista pela direita portuguesa, o que não deixa de ser muito interessante.
Aplausos do PS.
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Leu? Não leu!
O Sr. Presidente: — Para replicar, tem a palavra o Sr. Deputado Helder Amaral.
O Sr. Helder Amaral (CDS-PP): — Sr. Presidente, estava à espera de que a bancada do Partido Socialista pudesse aplaudir com mais entusiasmo o Sr. Ministro» Sr. Ministro, se houvesse um «Óscar« para os Ministros, V. Ex.ª ganhava o «Óscar de efeitos especiais«»
Vozes do PSD: — «De coreografia»!
O Sr. Helder Amaral (CDS-PP): — Isso, isso: «melhor coreografia«»! É porque, de facto, não responde, nada, não dá qualquer indicação sobre qual é o plano do Governo mas, ao menos, vai lendo as propostas do CDS»
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — «Melhor argumento»...!
O Sr. Helder Amaral (CDS-PP): — E sempre que o PS copia alguma das propostas do CDS, vai acertando alguma coisa.
Sr. Ministro, devo dizer-lhe que não é o CDS que está errado.
Senão, vejamos.
O PASA diz: «indústria pressiona Governo para ajustar apoios à realidade». Afinal, quem é que anda fora da realidade? O ex-Secretário de Estado das Finanças disse que é um erro ter aumentado a carga fiscal sobre o sector automóvel. A AFIA (Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel) diz que o referido PASA devia ter apoios á produtividade e á internacionalização,»
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Mas isso não o preocupa»!
O Sr. Helder Amaral (CDS-PP): — » ao preço da energia, por exemplo, e o mesmo em relação á carga fiscal.
O que eu gostava de saber, Sr. Ministro, que vai corrigindo os próprios programas que apresenta, é se fez alguma avaliação e se está ou não disponível para seguir estes bons conselhos e para ouvir o que é dito pelo sector. Não é para fazer como fez com representantes do sector têxtil que pediram uma coisa e, depois, saíram do gabinete do Sr. Ministro sem saber se teriam milhões ou biliões... Isso — e todos nós assistimos — foi bem o espelho de qual é o critério, qual é o rumo e sobre que programa é que o Sr. Ministro trabalha para combater a crise que nos afecta...!
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro da Economia.
O Sr. Ministro da Economia e da Inovação: — Sr. Presidente, Sr. Deputado, creio que essa é a justa maneira de pôr a questão: o PASA é um programa mas também é um processo.