11 | I Série - Número: 083 | 22 de Maio de 2009
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Quero sublinhar aqui alguns resultados importantes que explicam a nossa subida no ranking da competitividade: em 2007 e 2008, tivemos os défices orçamentais mais baixos desde 1974; foi feita a reforma da Administração Pública, o que resultou numa redução do número de funcionários públicos sem que tenha havido despedimentos; teve lugar uma reforma da segurança social que é considerada a nível internacional um modelo e que garante a sustentabilidade a prazo das reformas dos portugueses; Portugal, o nosso País, tornou-se um dos líderes mundiais nas energias renováveis e na luta contra as alterações climáticas, que são um dos maiores desafios da nossa geração.
Aplausos do PS.
Para um país ser competitivo tem de fazer o mesmo que um atleta de alta competição.
O Sr. Honório Novo (PCP): — Sobretudo se for de natação» Só na natação ç que o senhor ç especialista!
O Sr. Ministro da Economia e da Inovação: — Sim, tem de definir os objectivos, escolher um treinador, trabalhar mais do que os outros, não estar sempre a mudar de método de treino e acreditar que se é capaz, não baixar os braços, não desistir à primeira dificuldade.
O pior que poderia acontecer ao nosso País era criar uma situação de instabilidade que representasse um regresso ao passado.
A economia mundial está a passar por enormes dificuldades. Esta crise que vivemos é totalmente imposta do exterior.
O Sr. José Manuel Ribeiro (PSD): — Já está a delirar!
O Sr. Ministro da Economia e da Inovação: — Em 2007, estávamos a crescer 2% ao ano,»
O Sr. Honório Novo (PCP): — É um crescimento negativo!
O Sr. Ministro da Economia e da Inovação: — » tinham sido criados 100 000 postos de trabalho e tivemos o défice orçamental mais baixo desde 1974. O investimento estava a recuperar e as exportações estavam a registar um dinamismo que ninguém tinha sido capaz de prever.
Hoje, a Alemanha, a Espanha e a Irlanda do choque fiscal estão numa situação muito má. Portugal não é uma ilha, está a sofrer os efeitos da crise internacional e não a pode enfrentar em condições de instabilidade, para bem de Portugal e de todos os portugueses.
É cedo para fazermos previsões, mas os números mostram que estamos a sofrer com a crise tanto como a média dos países da Europa, ou um pouco menos até, se o critério for a queda do PIB, a subida do desemprego ou a dívida pública.
Trata-se de um dado muito importante porque, se esta tendência continuar, é a confirmação de que a nossa economia se tornou mais resistente e mais competitiva.
A este propósito, sublinho as afirmações que o Secretário-Geral da OCDE, Angel Gurría, fez há duas horas, em Lisboa: «A economia portuguesa está melhor preparada para enfrentar a crise do que estava no passado».
Aplausos do PS.
Basta compararmos a situação actual com crises anteriores.
Em 2002/2004, teve lugar uma crise causada por culpas próprias e os indicadores de Portugal eram os piores da Europa. Agora, a situação é diferente, porque, em 2002/2004, as empresas não foram apoiadas, sobretudo as PME. E não se tratou de esquecimento! Podia ter sido, mas não foi. Não! Houve uma atitude deliberada de «colocar todos os ovos num cesto» e de abandonar as empresas à sua sorte!