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33 | I Série - Número: 089 | 5 de Junho de 2009

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Agora não! Propusemos isso!

O Sr. João Semedo (BE): — Mas é bom também recordar que, enquanto esteve no governo, fez exactamente o contrário, na companhia do PSD. Mas isso são águas passadas, fica na nossa memória, não nos esquecemos disso.

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Não é verdade!

O Sr. João Semedo (BE): — No entanto, é bom reconhecer que hoje, sim, o CDS tem essa posição. Aliás, não julgo que seja uma posição muito consequente, porque a medida da prescrição generalizada, se não for acompanhada de uma outra, que é a venda obrigatória do medicamento genérico mais barato, tira os utentes da pressão e do condicionamento da prescrição médica, mas põe-nos sujeitos ao interesse comercial dos proprietários das farmácias.
Portanto, uma e outra medida têm de ser tomadas ao mesmo tempo. Admira-me que o CDS não veja que esta é a realidade.

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Nós defendemos a prescrição por princípio activo!

O Sr. João Semedo (BE): — Já para não falar no Partido Socialista que anda a tentar ludibriar, de facto, os portugueses relativamente às medidas que toma e que, apenas por uma teimosia sua, têm um impacto social reduzidíssimo.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Para uma declaração política, tem a palavra a Sr.ª Deputada Luísa Mesquita.

A Sr.ª Luísa Mesquita (N insc.): — Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sr.as Deputadas: Dentro de pouco tempo, iremos avaliar e discutir duas medidas educativas que foram remetidas para o terminus da Legislatura, apesar de constituírem compromissos, há muito, do Partido Socialista.
São tardias e de responsabilidade duvidosa.
De responsabilidade duvidosa porque o Partido Socialista decide agora, remetendo para o futuro a operacionalização das decisões.
Tardia porque o País, que, de acordo com os últimos dados, tem ainda mais de 6% da população activa sem qualquer escolaridade, 30% com o 1.º ciclo, 36% com os 2.º e 3.º ciclos, 16% com ensino secundário e 12% com o ensino superior, há muito que deveria ter interpretado os números para tomar as medidas que se impunham.
Tardia porque a taxa das crianças e dos jovens que abandonam precocemente o sistema educativo ronda os 40%.
Tardia porque a diminuição da população adolescente e jovem deveria ter permitido que o sistema educativo, menos pressionado, respondesse com maior eficiência. Mas o que aconteceu foi exactamente o contrário: uma notória incapacidade para apreender as expectativas e necessidades de formação das crianças e dos jovens que têm vindo a abandonar o sistema.
Tardia porque o investimento na pré-escolarização, apesar dos baixos índices demográficos, foi diminuto. A taxa de pré-escolarização das crianças de três anos é praticamente a mesma em 2000/2001 e 2007/2008.
Tardia porque as taxas de insucesso escolar pouco se alteraram desde a segunda metade da década de 90, numa preocupante estabilidade e diria mesmo, admissibilidade.
Mas as propostas estão formuladas e são necessárias à qualificação do País, apesar de insuficientes.
Se entendermos todos a escola como pilar estratégico para o desenvolvimento das sociedades, é preciso muito mais.
É, por isso, insustentável que a universalidade da educação pré-escolar a partir dos cinco anos só entre em vigor após regulamentação de um decreto-lei que virá não se sabe quando. E a escolaridade obrigatória entre