25 | I Série - Número: 098 | 2 de Julho de 2009
O Sr. Ministro de Estado e Finanças: — Os spreads da colocação da nossa dívida estão a baixar e a posição relativa de Portugal não se agravou relativamente aos nossos parceiros europeus. Isto quer dizer muito quanto à justeza e aos efeitos da nossa política em criar um sistema financeiro que é capaz de enfrentar a crise.
E fazemo-lo com medidas de apoio às empresas, Sr. Deputado: 3000 milhões de euros nas linhas de crçdito para as PME,»
O Sr. José Manuel Ribeiro (PSD): — Então, porque é que elas dizem que não recebem nada?
O Sr. Ministro de Estado e Finanças: — » das quais 28 000 empresas estão a beneficiar.
O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Ministro.
O Sr. Ministro de Estado e Finanças: — São também os apoios às empresas e ao emprego, são os apoios às famílias.
O Sr. Deputado ignora esta realidade e não quer, porque não lhe interessa, valorizar os efeitos e a importância destas medidas.
E quanto a farsa orçamental, Sr. Deputado, recordo que farsa orçamental foi o Orçamento que os senhores apresentaram para 2005.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Srs. Membros do Governo e Srs. Deputados, só poderemos avançar para a próxima ronda de perguntas com a utilização de DSE (direitos de saque especial) por parte do Governo face à bancada do PS, para utilizar uma linguagem financeira!» Como o Grupo Parlamentar do PS está generoso e cede tempo ao Governo para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Mota Soares.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, já todos percebemos que o senhor foi o último português a reconhecer a crise e, pelos vistos, agora é o primeiro português a sair desta mesma crise.
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Só que isso, Sr. Ministro, tem um problema, e um problema grave: com essa sua assunção, o Governo deixa de fazer coisas que obrigatoriamente tem de fazer.
Há uma enorme diferença, pelos vistos, entre a bancada do CDS e a bancada do Governo. É que desde que a bancada do CDS reconheceu a dimensão da crise que estávamos a viver, empenhou todo o seu esforço e toda a sua acção política em apresentar propostas realistas para ajudar os portugueses a combater a crise, nomeadamente estimulando as micro, pequenas e médias empresas, que são, em Portugal, responsáveis por 90% do tecido produtivo e por 75% do emprego, quer na sua manutenção quer na sua criação. Mas apresentou também propostas do ponto de vista social, que ajudassem as famílias, nomeadamente aquelas com maiores carências, ou seja, as que caíram no desemprego, quer majorando o subsídio de desemprego quer mudando as regras de acesso ou, por exemplo, dando estímulos adicionais aos pensionistas, em especial aos das pensões mínimas.
Sr. Ministro, é essencial que, quando numa interpelação vem a este Plenário, dê respostas concretas sobre as questões que lhe são colocadas.
O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Exactamente!
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Perguntou-lhe o Sr. Deputado Diogo Feio sobre a COSEC, sobre o processo de anúncio de compra da COSEC. Sr. Ministro, não disse nada aos costumes!