22 | I Série - Número: 008 | 1 de Outubro de 2010
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado Paulo Portas, tem a palavra.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, como se vê, o Sr. Primeiro-Ministro nem a uma informação precisa,»
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Não sabe!
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — » ou seja, qual ç o cenário de crescimento económico e de evolução do desemprego, depois destas medidas tomadas — cenário que vai ter que inscrever no documento orçamental que aqui há-de entregar —, nem isso o senhor é capaz de responder a esta Câmara ou de responder ao País! A sua fuga às responsabilidades é sistemática, Sr. Primeiro-Ministro!
Vozes do CDS-PP: — Exacto!
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Nós perguntamos-lhe por que é que o senhor só pede 0,1% do PIB às empresas públicas, às empresas municipais, às empresas regionais, aos institutos públicos, às agências do Estado, aos administradores do Estado e o senhor nada, diz que é suficiente — que paguem os que deixam de ter abono de família, que paguem os que deixam de ter deduções com a saúde e com a educação, que paguem aqueles que passam a ter as pensões congeladas.
Perguntamos-lhe qual é a evolução do emprego, Sr. Primeiro-Ministro, que é a questão social mais importante, e o senhor nada! Pura e simplesmente, Sr. Primeiro-Ministro, quero dizer-lhe, com toda a franqueza, o seguinte: da última vez em que tivemos aqui um debate, eu disse-lhe, com frontalidade, «saia!»
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Pergunto-me a mim próprio o que é que o País ganhou em o senhor continuar aí.
Aplausos do CDS-PP.
É preciso que alguém lhe diga, com toda a franqueza, Sr. Primeiro-Ministro, aquilo que a conferência de imprensa de ontem revelou sobre a sua forma de governar o País: o senhor enganou os eleitores na campanha eleitoral de 2009!
Aplausos do CDS-PP
Vozes do CDS-PP: — Mentiu!
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — O senhor dissimulou a realidade no PEC 1 e no PEC 2! O senhor, quando procura os votos, promete, quando está no poder, tira! O senhor transformou Portugal num protectorado! O senhor já não tem política económica, responde às exigências de mercados, agências e instituições, que toda a vida desprezou quanto aos alertas que fizeram! O senhor negou sempre a questão do endividamento e disse sempre ter resolvido o problema da despesa pública.
O senhor já não tem uma política económica. Ontem, não disse uma palavra sobre a economia, sobre as empresas ou sobre a criação de emprego. Já só tem uma política financeira à medida dos supetões que vêm de fora.
E, Sr. Primeiro-Ministro, nunca mais diga o que anda por aí a dizer nos telejornais sobre o Estado social, porque as malfeitorias que o senhor faz a quem é mais pobre, a quem é mais doente e a quem tem menos dinheiro em Portugal deviam envergonhá-lo de andar todos os dias a falar no Estado social.