44 | I Série - Número: 011 | 8 de Outubro de 2010
Igualdade de oportunidades, justiça social e coesão na sociedade portuguesa são os valores que o Governo defende, e são estes valores que, patentemente, as bancadas da direita abandonaram nesta interpelação.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Passamos à fase de encerramento da interpelação do CDS-PP sobre educação.
Tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Portas.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Ministros, Sr.as e Srs. Deputados: Não posso deixar de começar por dizer ao Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares que o delírio é livre.
Vozes do CDS-PP: — Exactamente!
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — E não vou cair na armadilha de responder a um delírio, porque os senhores estão aqui para responder pela realidade!
Aplausos do CDS-PP.
Depois, Sr. Presidente, Srs. Ministros, esta interpelação significa, da parte do CDS, a continuação de um trabalho persistente, regular, que procuramos que seja credível, quer técnica quer politicamente, na área da educação. Não será a primeira nem será na última e exerceremos plenamente o nosso dever de fiscalização de um Governo que, em muitas matérias, falha, erra ou não tem política.
Aplausos do CDS-PP.
Fizemo-lo na avaliação dos professores, na questão das carreiras, na questão da autonomia, na questão da liberdade de escolha, na questão do Estatuto do Aluno, na formação dos exames e, por isso, esta interpelação é a continuação de um trabalho de defesa de uma boa educação, Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Não é da má educação do Governo!
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Não poderia deixar de dizer, com a estima que pessoalmente tenho pela Sr.ª Ministra, que, em todo o caso, o exercício de funções deste ano a burocratizou.
A sua intervenção inicial revela uma visão «obreirista» da educação, que investe mais no betão do que nos recursos humanos, e revela a tentação por uma visão estatística da educação, que se interessa mais pelo sucesso estatístico do que pelo sucesso verdadeiro dos conhecimentos adquiridos e da preparação para a vida dos jovens, e por uma visão estatista, ou conveniente e conjunturalmente estatista, quando sabemos que a qualidade tanto pode estar no sector público, como no privado, como no social.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Seja, como for, registamos, Sr.ª Ministra, a sua falta de sensibilidade, neste preciso momento, para a questão muito prática e muito quotidiana do mês para a educação que as famílias portuguesas vão passar a ter a partir de agora.
Ou seja, a Sr.ª Ministra da Educação não é apenas a Ministra da escola pública. A Sr.ª Ministra da Educação é a Ministra da escola pública, dos pais que têm os seus filhos na escola, das crianças que estão a ser ensinadas na escola e, portanto, tem também de ser procuradora dos seus interesses, e não a ouvimos