19 | I Série - Número: 015 | 16 de Outubro de 2010
Quero dizer-lhe, Sr. Primeiro-Ministro, que se tinha muita pressa no Orçamento do Estado, apresentasse-o mais cedo. Não estava impedido de o fazer!
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Miguel Macedo (PSD): — O Sr. Primeiro-Ministro não pode pedir que um partido responsável se pronuncie sobre um Orçamento que, neste momento, não conhece. Portanto, vai ter a resposta do PSD ao Orçamento do Estado quando entendermos que devemos dar essa resposta. E vamos dá-la-emos segundo os nossos critérios, com a nossa autonomia, e seguindo os nossos princípios e responsabilidade, que é algo que o senhor não tem tido na governação de Portugal.
Aplausos do PSD.
Protestos do PS.
Porque, Sr. Primeiro-Ministro, a questão política, em Portugal, o tabu, em Portugal, não é o que o senhor enunciou. Sabe qual é o tabu que existe em Portugal? É a explicação que o senhor ainda não deu aos portugueses do que correu mal entre Maio e Setembro.
Aplausos do PSD.
Esse é que é o tabu! O tabu é o senhor não explicar aos portugueses porque é que, em Maio, dizia que aquelas medidas do PEC 2 eram as necessárias e suficientes até ao fim de 2011 e, quatro meses depois, faz o anúncio de mais impostos, mais sacrifícios, mais austeridade, soterrando os portugueses em medidas e mais medidas, do ponto de vista fiscal, mandando «às malvas» a sua preocupação com o Estado social, com os cortes que os senhores vão fazer no Orçamento do Estado,»
Aplausos do PSD.
»ficando claro, Sr. Primeiro-Ministro, que Estado social, na boca do Governo, é para encher e dourar discursos, não é para praticar no dia-a-dia. Basta para o rol de cortes que os senhores vão fazer, a eito, em medidas que anunciaram há pouco tempo em relação aos mais desprotegidos — nos medicamentos, no abono de família, em todas essas prestações — e que os senhores achavam imprescindíveis para o bem-estar sobretudo daqueles que eram os mais pobres. Eram medidas intocáveis para o Governo e, quatro meses depois, vai tudo a eito! Sr. Primeiro-Ministro, o que lhe quero dizer, neste momento, é: tabu, do PSD, não! Tabu é a falta de explicação, porque o contrário significaria respeito para com os portugueses e é isso que o senhor não tem quando não explica por que razão, hoje, estamos como estamos e, há quatro meses, o senhor assegurava aos portugueses que tudo estava garantido até 2011.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Deputado Miguel Macedo, o Sr. Deputado opta por desconversar.
Vozes do PSD: — Ah!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Mas toda a gente percebeu a desconversa.
Protestos do PSD.