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24 | I Série - Número: 015 | 16 de Outubro de 2010

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Mas vamos à questão da dívida pública, Sr. Primeiro-Ministro.
Não fiz qualquer comparação com 2008, Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Fez, fez!

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — A dívida pública portuguesa, no início deste ano, em Janeiro de 2010, tinha uma taxa de juro de pouco mais de 3%. Eu disse-lhe que, em Maio, Junho, já tinha subido perigosamente para 4,6% e o senhor continuou a negar a realidade, dizendo que as contas estavam em ordem, que a despesa estava controlada e que o endividamento não era problema.
Três meses depois, a taxa de juro subiu para 6,25%. E o que lhe perguntei não foi por uma adivinhação, foi pela sua responsabilidade em não ter percebido que a inércia do seu Governo não só conduziria a medidas muito injustas como, se não tomadas a tempo, teria uma factura para o contribuinte, nos próximos 10 anos, de 1528 milhões de euros.

Aplausos do CDS-PP.

Não tente manipular os números, Sr. Primeiro-Ministro, porque eu falei-lhe em Maio de 2010 e em Setembro de 2010. E toda a gente percebeu, mesmo que o Sr. Primeiro-Ministro queira confundir as pessoas que perceberam.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Sr. Primeiro-Ministro, quero perguntar-lhe, a propósito da questão do custo de não tomar decisões, o seguinte: o CDS propôs, há seis meses, nesta Câmara, a redução dos conselhos de administração e dos conselhos de gerência das empresas públicas e dos institutos públicos em 25%. Resposta do Partido Socialista: demagogos! O Sr. Primeiro-Ministro anunciou, ontem, na televisão, que vai reduzir os conselhos de administração das empresas públicas e dos institutos públicos em 20%. Afinal, quem era demagogo?

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Paulo Portas, há uma expressão muito utilizada na 1.ª República, que, julgo, vem a propósito lembrar. Durante a 1.ª República, muitos lembravam que alguns dos políticos se comportavam como os «profetas do dia seguinte».
Acho que esta expressão, «profeta do dia seguinte», é muito apropriada para a sua posição: é sempre mais fácil, depois, dizermos que devia ter sido previsto. Esses «profetas do dia seguinte» são aqueles que anteciparam tudo e que previram tudo, mas que se esqueceram de o dizer antes de as coisas acontecerem! É o que acontece com o Sr. Deputado Paulo Portas. O Sr. Deputado Paulo Portas estava tão convencido de que as coisas se estavam a agravar nos mercados internacionais, estava tão convencido do desafio que tínhamos pela frente, da credibilidade junto dos mercados internacionais, que a primeira coisa que fez aqui foi votar contra o PEC, não aprovar o PEC,»

Protestos do CDS-PP.

» porque o Sr. Deputado achava que tudo isto devia passar, não por melhorar a situação do Estado, mas por baixar impostos e darmos mais estímulos à economia.

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — E quanto aos administradores das empresas públicas?