23 | I Série - Número: 015 | 16 de Outubro de 2010
Antecipou-o, mas, ao mesmo tempo, estava aqui a propor baixar os impostos e aumentar as despesas sociais. Como é que uma coisa é compaginável com outra, Sr. Deputado?
Aplausos do PS.
Sr. Deputado, compreendo que o senhor possa advogar outras políticas. Até compreendo que o senhor critique o Governo por não ter antecipado, por não ter visto. Mas eu já expliquei, Sr. Deputado, que as medidas que estamos a tomar são muito exigentes, muito difíceis»
O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — » e que eu, em consciência, acho que só devo tomá-las por estar absolutamente convencido de que não há qualquer outra alternativa.
Agora, Sr. Deputado, não nos armemos em adivinhos! O senhor não adivinhou, nem viu nada antes! O senhor está somente a tentar aproveitar uma oportunidade de conjuntura internacional muito difícil para atacar o Governo!! E, Sr. Deputado, também não me escapou a sua subtileza relativamente ao elogio à diplomacia com a nossa vitória na ONU, ao elogio ao Ministro dos Negócios Estrangeiros e, nesse plano, extensível ao Governo», só que nada de Primeiro-Ministro» — isso não conta para nada!
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Calimero»!
Risos do CDS-PP.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Percebi, percebi muito bem! Ninguém escapou, Sr. Deputado, ninguém escapou!
O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Oh, valha-me Deus!»
O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Mas sabe, Sr. Deputado Paulo Portas, o que aconteceu é resultado de uma política externa — e conduzida por todo o Governo! Uma política externa que teve o seu primeiro êxito com a Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, uma política externa que acolheu a Cimeira União Europeia/África, uma política externa que conduziu a presidência da Cimeira Ibero-Americana e a presidência da CPLP. Foi essa política externa que conduziu a este resultado! É por isso, Sr. Deputado, que aquilo que aconteceu não é apenas êxito do momento, casualidade; é, sim, fruto de um trabalho sério e honesto de afirmação da diplomacia e da política externa.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Portas.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro: Ó Sr. Primeiro-Ministro não seja Calimero»!
Aplausos do CDS-PP.
O posto não ç seu, ç de Portugal!! E eu julguei que o senhor ainda presidia ao Governo»! Mas, de facto, a desorganização é tão grande que, se calhar, já não tem quem lhe presida.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!