18 | I Série - Número: 028 | 10 de Dezembro de 2010
Esta declaração política que o Partido Ecologista «Os Verdes» hoje aqui faz, na Assembleia da República, é um alerta que queremos deixar a todos aqueles que têm responsabilidades de decisão política. Cada passo que se dá para aprofundar este modelo, para se criarem novos mecanismos de negócio à custa da continuação da destruição do planeta, é um passo que se dá na ameaça à justiça social, à humanidade e à preservação do único planeta que temos.
Portugal, da Madeira a Tomar (a cujas vítimas do tornado e das intempéries queremos aqui deixar uma forte palavra de solidariedade), já foi vítima bastante para se deixar dormir em relação a estas matérias. Talvez esta seja mais uma oportunidade para alertarmos nesta Assembleia, especialmente no momento que hoje se vive, que a destruição do sector produtivo nacional, com a dependência do exterior que nos obriga a importar produtos que têm que ser transportados, é um factor de contributo para o agravamento das emissões de gases com efeito de estufa e que a aposta na mobilidade sustentável pelo País e nos grandes centros urbanos é um factor determinante para o combate às alterações climáticas.
São estas percepções de caminhos errados e enviesados, que urge corrigir e endireitar, que motivaram e continuarão a motivar propostas e acções por parte do PEV que contribuam para a melhoria das condições de vida neste país e neste planeta. O mundo precisa de vozes activas e o Partido Ecologista «Os Verdes» deu, dá e dará o seu contributo.
O Sr. Presidente (Luís Fazenda): — A Sr.ª Deputada tem quatro pedidos de esclarecimento, o primeiro dos quais do Sr. Deputado Renato Sampaio.
Tem a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. Renato Sampaio (PS): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em primeiro lugar, em nome do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, gostaria de manifestar a minha solidariedade para com as vítimas de Tomar e de toda a região centro, e queria dizer ainda que o PS já apresentou na Assembleia da República um projecto de resolução para que toda a ajuda e todos os mecanismos sejam desencadeados, assim como o Governo já fez, no sentido de tornar célere o processo de recuperação e de ajuda aos cidadãos daquela região.
Sr.ª Deputada, a sua preocupação quanto ao combate às alterações climáticas é uma preocupação que também nós temos — o PS, o Grupo Parlamentar do PS e o Governo.
Percebemos bem as dificuldades que encontramos, porque muitas vezes, na comunidade internacional, não é fácil encontrar um modelo de combate às alterações climáticas, mas aqui, em Portugal, este Governo, bem como o anterior, tem tido uma política correcta: tem tido uma política correcta de aposta na ferrovia, tem tido uma política correcta nas energias renováveis» De facto, a política energética que tem sido seguida nos últimos seis anos é exactamente a política que está certa no sentido do combate das alterações climáticas, quer seja na construção das barragens, na aposta na energia eólica, na fotovoltaica e até na utilização da rede de abastecimento de carros eléctricos, em que estamos muito avançados. Na verdade, Portugal, através de um Governo do PS, tem feito aquilo que deve e tem feito muito no combate às alterações climáticas! Agora, o que eu nunca vi nesta Assembleia foi os grupos parlamentares, nomeadamente o de Os Verdes, elogiarem esta política. Bem pelo contrário, sempre que há um projecto que combate as alterações climáticas, Os Verdes estão contra; sempre que nós apresentamos e avançamos com um novo projecto, seja em que área for, na hídrica, numa barragem», temos sempre Os Verdes contra — aliás, já tive oportunidade de perguntar se, estando Os Verdes contra esta política energética do Governo, que é uma política correcta, estarão a favor do nuclear» Por isso, Sr.ª Deputada, não lhe fazia mal algum que viesse aqui fazer essa declaração, tal como também não lhe fazia mal algum que fizesse um elogio ao Governo português pela política de combate às alterações climáticas que tem feito nestes últimos anos.
E espero que na sua resposta faça esse elogio.
Aplausos do PS.