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19 | I Série - Número: 032 | 22 de Dezembro de 2010

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (José Vera Jardim): — Terminou o seu tempo, Sr. Deputado.

O Sr. João Paulo Correia (PS): — Sr. Presidente, vou terminar.
O momento que vivemos impõe rigor e responsabilidade. É um momento que impõe medidas difíceis e duras.

O Sr. Heitor Sousa (BE): — É cobrar impostos sobre dividendos da PT!

O Sr. João Paulo Correia (PS): — Mas o nosso caminho é o de reduzir o défice, reduzir a dívida pública, recuperar o normal financiamento da nossa economia, relançar o crescimento e promover o emprego.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (José Vera Jardim): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Há pouco, quando ouvíamos o Sr. Deputado do PS falar sobre a «tábua rasa» que é feita hoje em dia até pensei que ele estaria a falar da «tábua rasa» que o Governo faz das dificuldades que os portugueses enfrentam. É que só um Governo que não tenha em conta a realidade social do País pode propor para o ano de toda a austeridade aumentos de 4,5% dos custos dos transportes. Só um Governo que faz «tábua rasa» das dificuldades das famílias pode reduzir para metade os passes dos jovens estudantes exactamente na mesma altura em que também corta o apoio social escolar.

Vozes do BE: — Muito bem!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Esta marca de insensibilidade social é a marca que perpassa as acções governativas e que está bem à vista nestas atitudes no sector dos transportes.
Mas falemos do combate aos excessos. Do discurso do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, juntamente com o discurso do Governo, a ilação que podemos tirar é que, para o Governo, o combate aos excessos faz-se pelos despedimentos e, por isso, despede 815 trabalhadores da CP e 336 trabalhadores da Groundforce.

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Exactamente!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Mais insensibilidade social até neste corte aos excessos! O corte aos excessos é o corte no trabalho.
Mas a pergunta que fica no ar é como é que se corta nos excessos, quando, depois, se permite a gula dos privados. Vou dar um exemplo concreto do que foi a política pública deste Governo no sector dos transportes e do que é, actualmente, a política de remuneração que vai ser seguida, até pelas privatizações anunciadas.
Falo do caso da Fertagus e do exemplo do serviço prestado por privados versus serviço prestado pela CP.
Mostro-vos um quadro relativo a «passageiros e indemnizações compensatórias». Em relação ao caso da Fertagus, podemos ver o vislumbre do futuro e percebemos que o custo por passageiro da indemnização que o Estado paga à Fertagus é superior em 33% ao que é pago à CP.
Mas, se virmos o custo por quilómetro, então ainda é mais escandaloso o lucro que se dá aos privados, quando se corta, por exemplo, na CP. São 83% a mais no preço por quilómetro que é pago à Fertagus pelo mesmo serviço do que é pago à CP.

O Sr. Heitor Sousa (BE): — Um escândalo!