14 | I Série - Número: 033 | 23 de Dezembro de 2010
qualquer caso) da saúde; e temos, até, uma Ministra do Trabalho que só à 25.ª hora é que percebeu que iam mudar o seu Código, enquanto cantava loas ao Código do Trabalho.
Vozes do CDS-PP: — Bem lembrado!
Protestos do PS.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ate aí, Sr. Deputado António Filipe, posso concordar, na generalidade, com algumas das coisas que aqui nos disse.
Mas, Sr. Deputado, todo o seu discurso suscita-nos uma perplexidade que só tem explicação nisto: o seu discurso foi, claramente, de marcação política ao candidato do Bloco de Esquerda e do Partido Socialista às eleições presidenciais, e isso, de facto, mina… Vozes do CDS-PP: — Foi um discurso «alegre».
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Com o habitual bom humor que o Sr. Deputado tem, foi até um discurso que causou alguma alegria, não quanto ao tema, que é sério e grave, mas pela forma como o Sr. Deputado, por exemplo agora, respondeu às questões de infidelidades e de traições ditas pelo Sr. Deputado João Galamba.
Mas, Sr. Deputado António Filipe, tenho de dizer-lhe o seguinte: não percebo, no discurso do PCP, por que é que o Sr. Deputado vira as suas baterias para alguém que, por exemplo, até criou o 14.º mês para os pensionistas, que foi o professor Cavaco Silva, e não as vira para o Governo! O senhor branqueia que este Governo tenha sido quem congelou as pensões mínimas pela primeira vez,… Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — … que acabou com o abono de família para muitos portugueses e para muitas famílias e que acabou com a majoração do subsídio de desemprego para os casais que tenham filhos.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ora, é sobre isso, Sr. Deputado, que gostaríamos de obter uma explicação da sua parte e da parte do Partido Comunista Português.
Percebo-o, do ponto de vista de uma mera estratégia eleitoral para as próximas eleições, de marcação ao candidato do Bloco de Esquerda e do Partido Socialista. Mas a responsabilidade destes problemas é do Governo, e isso, Sr. Deputado, deixe-me dizer-lhe, parece-nos ter sido poupado no seu discurso.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (José Vera Jardim): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado António Filipe.
O Sr. António Filipe (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Nuno Magalhães, agradeço-lhe a questão colocada e tenho também que lhe dizer o seguinte: as perspectivas que antevi para 2011 — não são nenhuma invenção da nossa parte, os Srs. Deputados sabem isso — vão ser consequências inevitáveis do Orçamento do Estado que foi aprovado para 2011. Mas já em 2010, como todos sabemos, também aumentou a pobreza no nosso país e aumentaram as dificuldades para a grande maioria dos portugueses.
Também não nos esquecemos de que, em 2010, o CDS-PP viabilizou o Orçamento que está em vigor.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exactamente!