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18 | I Série - Número: 033 | 23 de Dezembro de 2010

momento, muito acima dos 2000 milhões de euros, havendo até quem diga que já se aproxima francamente de 3000 milhões de euros.
Porque é que a Sr.ª Ministra não o diz? Será por ignorância? Simplesmente não sabe os números? Ou será que é porque tem medo, receio do escândalo de se descobrir que, afinal, o «rei vai nu» e que, de facto, este Ministério da Saúde e o Serviço Nacional de Saúde estão verdadeiramente sem rei nem roque? Depois, a Sr.ª Ministra anuncia medidas que, essas sim, deviam ir no sentido de combater o desperdício, de combater o défice e de obstar à dívida, como seja a redução de 50 milhões de euros das despesas do Serviço Nacional de Saúde. As medidas foram anunciadas, mas hoje, no mês de Dezembro, não se sabe qual foi o efeito das mesmas; ou, por exemplo, a criação daquela instituição que é uma entidade pública empresarial, Serviços Partilhados do Ministério da Saúde. Nomeou-se a direcção, o presidente, que obviamente receberá as suas prebendas, os seus salários, tem a sua estrutura, mas não se lhe conhece nenhum trabalho. Extraordinário! Finalmente, Sr. Deputado, quero dizer-lhe uma coisa de forma clara: ninguém do PSD quer a privatização do Serviço Nacional de Saúde.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Não…! O Sr. Adão Silva (PSD): — Ninguém quer a privatização do Serviço Nacional de Saúde! O que lhe digo, Sr. Deputado, é que o Serviço Nacional de Saúde, tal como está neste momento, é insustentável financeiramente.

Aplausos do PSD.

Os portugueses têm de fazer uma reflexão sobre que Serviço Nacional de Saúde querem e com que meios querem sustentar o Serviço Nacional de Saúde, que é indeclinavelmente um instrumento essencial de solidariedade, de repartição entre os portugueses e, sobretudo, de manutenção da democracia, que é aquilo que mais queremos em Portugal.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (José Vera Jardim): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado João Semedo.

O Sr. João Semedo (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Adão Silva, não sei se terei o talento para responder às perguntas que não formulou, mas vou tentar fazê-lo, não falando de confusão mas, sim, de memória e também, se me permite, de alguma distracção.
Não posso esquecer que o Sr. Deputado foi membro de um governo que deixou nas contas do Serviço Nacional de Saúde um buraco por enquanto ainda maior do que o do PS. Por enquanto, porque nessa competição não sei qual dos partidos levará vantagem! Queria recordar-lhe também que foi o governo do seu partido — não exclusivamente do seu partido, valha a verdade — que transformou e empresarializou os hospitais sob o estatuto de sociedades anónimas e que enxameou a gestão e a administração desses hospitais de uma série de arrivistas — permita-me a expressão — que geriam tudo neste País mas que não percebiam nada do que era a gestão de um hospital.

Aplausos do BE.

Sr. Deputado, permita-me que lhe diga que estes números relativos ao Serviço Nacional de Saúde servem a direita, servem a campanha do PSD e do CDS para dizer que o SNS não é sustentável. E, de facto, não é sustentável com essa política. O que lamentamos é que a política do PS dê argumentos para essa campanha contra a sustentabilidade do PS. Estou convicto de que se algumas mudanças fossem introduzidas, como aquelas que anunciei, sobretudo combatendo o desperdício e o subfinanciamento do Serviço Nacional de Saúde, este tinha muito futuro.