31 | I Série - Número: 034 | 6 de Janeiro de 2011
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Jorge Seguro Sanches (PS): — Nós entendíamos que talvez uma boa altura de o PSD poder explicar que, quando fala em sobrecusto, não pode dizer que não tem uma responsabilidade no sobrecusto.
Tem-na, efectivamente! O PS tem também uma responsabilidade no sobrecusto, mas tem-na, especialmente, nas renováveis, porque entendemos que isso é muito importante para o País. Um país que aposta não só na produção de energia verde, mas que aposta também na produção de energia nacional está a fazer uma aposta muito clara na redução do seu desequilíbrio da balança comercial.
Penso que o Sr. Deputado Nuno Reis estará com o PS nessa satisfação, e não só na satisfação mas também na exigência. O Sr. Deputado referiu que eu fiz uma intervenção, dizendo que o País era um país de sucesso, mas não tenho essa perspectiva. Considero que, acima de tudo, deve ser um país de exigência, e é isso que espero também da parte do PSD, ou seja, exigência no cumprimento destes objectivos a que todos nós, como país, nos propomos! O PSD, na Legislatura anterior, sempre que se falava em energias renováveis, dizia que todos os concursos tinham sido lançados pelo PSD e não pelo PS. Mas agora já não tem esse discurso, agora já diz que não, que isso já não é do PSD, que isso agora é do PS. Era bom que ficássemos esclarecidos quanto a essa questão.
Gostava também de obter um esclarecimento da parte do PSD — a Assembleia da República só ganha em fazer esse debate — sobre a sua posição e, nomeadamente, a do Presidente do PSD sobre a questão da política nuclear. Gostava de saber se o PSD defende ou não o nuclear, porque no livro que o presidente do PSD apresentou quando se candidatou a presidente do partido demonstrou uma grande simpatia pela energia nuclear. É certo que isso já foi há muito tempo — para vocês é muito tempo; este é um líder que já está há muito tempo em funções —, mas eu gostava de perceber qual é a posição final do PSD, ou seja, se às segundas, quartas e sextas é uma e se às terças e quintas é outra.
Para terminar, queria dizer ao Sr. Deputado Nuno Reis o seguinte: o Sr. Deputado falou na questão da OPEP e acho que é muito sério aquilo que referiu, porque nós, no mundo, não vamos conseguir controlar a formação dos preços do petróleo e, portanto, temos de ser capazes de nos agarrar àquilo que é nacional para nos defendermos em termos de futuro.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Também para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado João Pinho de Almeida.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Jorge Seguro Sanches, quero saudá-lo pela intervenção que fez e até pelo tom que introduziu, defendendo aquelas que são as posições em que acredita, sem o fazer de forma panfletária, como muitas vezes estas discussões são feitas, o que prejudica em muito a discussão. Por isso, o tom em que o Sr. Deputado colocou a questão é certíssimo, mas não impede, naturalmente, a divergência.
Antes de falarmos nas opções do ponto de vista energético, frisadas pelo Sr. Deputado, creio que temos de falar na questão do consumo. O Sr. Deputado citou, e muito bem, os 20% de redução do consumo no âmbito da União Europeia. Ora, acontece que, infelizmente, essa redução de consumo não é acompanhada por Portugal, ou seja, nós não só não acompanhamos os 20% como nem sequer acompanhamos a redução.
Infelizmente, somos ainda um dos poucos países na União Europeia que continua a aumentar o seu consumo de energia de ano para ano, e isso tem de ser visto também como um dado essencial da avaliação da política energética.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!