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14 | I Série - Número: 038 | 14 de Janeiro de 2011

A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Se isso não é a maior prova de desistência e de falta de crença no País, que os senhores dizem querer governar,»

O Sr. Luís Menezes (PSD): — E que os senhores destruíram!..

A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — » então, não sei do que ç que estamos a falar.
Mas deixe-me também dizer-lhe o seguinte: ontem vários líderes europeus vieram reforçar a credibilidade dos resultados que Portugal apresentou e a necessidade de apoiar Portugal como sendo fundamental na defesa do próprio projecto europeu.
E cito-lhe, mais ou menos, as declarações do Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros alemão que defendeu «a necessidade de Portugal não ser forçado a pedir ajuda para se financiar», tendo realçado «a importância do resultado do leilão da dívida pública portuguesa que o País realizou ontem».
Portanto, não é só o Sr. Primeiro-Ministro português nem o PS, nem o País no seu conjunto que estão interessados e empenhados em resolver os problemas: é também a Europa e são também os responsáveis europeus que reconhecem esse mesmo esforço.
Para terminar, sobre o esforço dos portugueses, Sr. Deputado, quero dizer-lhe o seguinte: aumento de impostos, claro que foi preciso pedir aumento de impostos, mas dado o aumento de impostos nós temos agora resultados a apresentar aos portugueses de que o seu sacrifício está a valer a pena.
O problema não é pedir aquilo que é preciso em cada momento; o problema é conseguir, com aquilo que se pede,»

O Sr. Luís Menezes (PSD). — A começar pela PT.

A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — » o sucesso dos objectivos que estão a ser trabalhados e que têm de ser conseguidos.
Aliás, a maior prova de respeito que estes resultados têm para com os portugueses é dizer-lhes, olhos nos olhos: sim, o caminho é difícil! Sim, pedimos sacrifícios, mas está a resultar e nós vamos conseguir!

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado José Gusmão.

O Sr. José Gusmão (BE): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Sónia Fertuzinhos, o BE está à vontade neste debate, porque criticou a «claque do FMI» pelas declarações irresponsáveis que produziu antes desta emissão de dívida pública e pela forma como essas declarações contribuíram para o agravamento do clima de instabilidade.
Mas, Sr.ª Deputada, preocupa-nos que o PS fale deste leilão da dívida pública como Bartolomeu Dias depois de atravessar o Cabo das Tormentas, porque temos medo de que o PS acredite que é mesmo assim.
Como disse o Prémio Nobel da Economia, Paul Krugman, com mais alguns sucessos destes a periferia europeia será destruída.
Assim, a questão que queremos colocar-lhe é a de saber se a política recessiva e de austeridade é o que o PS tem como plano para continuar daqui por diante, porque sabemos que os juros da dívida pública, tal como ela foi negociada ontem, podem ter significado um alívio, podem ter-nos dado tempo, mas são insuportáveis no médio prazo! O PS reclama os louros desse leilão da dívida pública, mas, na realidade, ele foi possível com o dinheiro dos impostos e das prestações sociais, não de todos os portugueses, como a Sr.ª Deputada disse, mas da esmagadora maioria, porque enquanto esses portugueses pagaram mais de 4000 milhões de euros do ajustamento orçamental a banca irá pagar, de acordo com os números do Governo, 100 milhões de euros!» Portanto, o que aconteceu no último Orçamento do Estado foi que os portugueses foram chamados a fazer os mais duros sacrifícios de que há memória para lançar o País na recessão.
Mas a Sr.ª Deputada conseguiu fazer uma intervenção sobre o estádio da nossa economia, sobre a política económica em que, do primeiro ao último segundo, não falou de desemprego e não o fez por razões