18 | I Série - Número: 038 | 14 de Janeiro de 2011
No entanto, o Partido Socialista reconhece que os rumos que a União Europeia escolheu não seriam os seus. Seria, obviamente, diferente ter uma União Europeia que não fosse governada pelo grupo político europeu que os senhores do PSD, da direita portuguesa, representam.
Risos de alguns Deputados do PSD.
É bom ver o Bloco de Esquerda reconhecer que, neste momento, para tragédia nacional, a direita é governada por uma Comissão do Partido Popular Europeu,»
Risos do CDS-PP.
» á qual pertencem CDS-PP e PSD e o Parlamento Europeu tem uma maioria de direita. É porque, Srs. Deputados, isto é fundamental para entender as dinâmicas e a resposta à crise europeia, uma vez que o Governo português ç um dos poucos governos de esquerda»
Vozes do BE: — Nota-se!
O Sr. João Galamba (PS): — » numa enorme maioria de direita. E é muito importante que o Bloco de Esquerda tenha vindo aqui reconhecer que uma solução para esta crise passa inevitavelmente por uma inversão de políticas europeias.
Protestos do PCP.
Os «filhos do FMI», que cobardemente não têm a coragem de apresentar o seu programa aos portugueses, precisam da «muleta» do FMI, pois não têm a coragem de defender e de assumir publicamente que as medidas draconianas que o FMI, eventualmente, assumiria aqui são as vossas, PSD e CDS!» E digo «cobardia política», porque precisam de terceiros para implementar as políticas que vocês próprios não têm coragem de implementar.
Um artigo do FMI desta semana revelou que a principal ameaça, neste momento, à credibilidade de Portugal ç a oposição oportunista da direita» Por declarações quer do candidato Cavaco Silva, que «nunca se engana e raramente tem dúvidas» — e aqui tem a certeza de que o FMI seria um aliado objectivo do seu próprio programa político» Temos aqui a direita que «saliva« e tem esta «azia« de ter visto, mais uma vez, adiada a entrada do seu parceiro estratçgico» Portanto, Sr. Deputado, gostava de saber se o Bloco de Esquerda está ou não disposto a desempenhar o seu papel, isto é, se o Bloco de Esquerda irá ou não inviabilizar uma estratégia de assalto ao poder por parte da direita com o apoio do FMI.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado José Manuel Pureza.
O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado João Galamba, que não fique qualquer dúvida no seu espírito, ou no espírito da bancada em que o Sr. Deputado se integra, de que o Bloco de Esquerda está na Assembleia da República e na política portuguesa para desempenhar o seu papel.
A Sr.ª Rosa Maria Albernaz (PS): — É como nós!
O Sr. José Manuel Pureza (BE): — É verdade, Sr.ª Deputada! Desempenharemos o nosso papel com toda a firmeza como temos desempenhado! Desse ponto de vista, a nossa oposição à direita e a todas as medidas de que a direita efectivamente gosta, em termos de transformação da sociedade portuguesa, terão a nossa firme oposição.