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22 | I Série - Número: 038 | 14 de Janeiro de 2011

Como se não bastasse o aumento dos bens essenciais, os portugueses e as suas famílias estão hoje muito mais penalizados nos seus rendimentos. De mãos dadas com esta asfixia, aparecem as diminuições dos salários e do apoio social às famílias em situação mais difícil.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É verdade!

O Sr. João Ramos (PCP): — Neste grupo estarão, certamente, os mais de 700 000 desempregados, 7% de todos os portugueses, que não têm acesso a qualquer prestação social. Todo este processo em torno do salário mínimo não é mais do que uma ofensiva ideológica para o abaixamento generalizado do valor do trabalho.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exactamente!

O Sr. João Ramos (PCP): — É neste contexto que o Governo rasga compromissos assumidos há anos, ignora recomendações desta Assembleia e retira 15 € aos 25 € que deveriam melhorar a situação daqueles que recebem apenas o salário mínimo nacional,»

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Uma vergonha!

O Sr. João Ramos (PCP): — » o que faz com que este aumento, em termos nominais, seja o mais baixo dos últimos 28 anos e se situe abaixo da inflação prevista.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É verdade!

O Sr. João Ramos (PCP): — Isto quanto ao salário mínimo nacional, mas é aqui relevante relembrar que 37% dos trabalhadores por contra de outrem, ou seja, mais de um terço receberam, no último trimestre de 2010, um salário inferior a 600 € mensais.
Os cortes feitos de forma cega atingiram de forma indecente também os pensionistas e os reformados.
Congelar reformas de pouco mais de 200 €, neste contexto de grande aumento dos bens de consumo não só é injusto como imoral! E bem pode o PS vir valorizar números sobre a pobreza, porque a realidade, infelizmente, é mais fria do que os próprios números.

Vozes do PCP: — Muito bem!

O Sr. João Ramos (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: É caso para dizer, utilizando um conhecido ditado popular, que, neste caso, tem de ser adaptado, que «o Governo tira com uma mão e (») tira tambçm com a outra», aumenta os preços e baixa os rendimentos.

Aplausos do PCP.

Enquanto isto acontece, o PS e o Governo esforçam-se na tentativa de convencer os portugueses de que todos temos de fazer sacrifícios, como ainda ontem, aqui, o Sr. Ministro das Finanças reiterou. Muito pode o Governo insistir nesta tentativa, porque as notícias, a espaços, vindas a público põem a nu o verdadeiro mundo dos criadores da crise: marcas como a Porsche, Lamborghini, Dior, Chaumet, Gucci ou Prada, e outras, todas de bens de luxo, não se ressentem da crise, não baixam os preços, aumentam as suas receitas e ainda lançam novos produtos nos segmentos topo de gama.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É verdade!

O Sr. João Ramos (PCP): — A instalação de todos estes processos patrocinados pela crise vai cada vez mais ao encontro do que o PCP tinha avançado: 90% da factura da crise é dirigida aos trabalhadores!!