23 | I Série - Número: 038 | 14 de Janeiro de 2011
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Essa é que é a verdade!
O Sr. João Ramos (PCP): — É este o Portugal onde a repartição dos rendimentos é a mais desigual da União a 27.
É isto que a auto-intitulada esquerda moderna tem para oferecer ao País, a aplicação da mesma receita de sempre, que de moderna tem muito pouco e de esquerda não tem nada! Os portugueses querem mais e merecem melhor!
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Secretário de Estado da Energia e da Inovação.
O Sr. Secretário de Estado da Energia e da Inovação (Carlos Zorrinho): — Sr. Presidente, Sr.as Deputadas e Srs. Deputados: Vivemos, em Portugal e no mundo, tempos difíceis. E tempos difíceis são tempos exigentes quer para quem exerce os mandatos políticos quer para os cidadãos. Nestas circunstâncias, é fundamental, mais do que nunca, resistir à demagogia e privilegiar a transparência e a verdade.
Portugal inicia 2011 sob uma dupla pressão: uma pressão forte dos mercados financeiros, no sentido da redução rápida do deficit público como condição de financiamento, em condições sustentáveis, da nossa economia e a pressão do aumento, nos mercados internacionais, das matérias-primas e dos combustíveis, a que está associada também, em tendência, a desvalorização relativa do euro.
Com sensibilidade social e com a preocupação de salvaguardar o Estado social e a competitividade da nossa economia, o Governo está a dar uma resposta determinada aos que especulam com a nossa eventual incapacidade de controlar as contas públicas e, ao mesmo tempo, está a garantir o impacto mínimo, rigoroso e justo nos sacrifícios que todas as famílias têm que assumir.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Essa agora!
O Sr. Secretário de Estado da Energia e da Inovação: — Sei que o foco deste debate são os aumentos para 2011.
No entanto, Srs. Deputados, uma discussão séria não pode ser dissociada de uma visão mais alargada. Os sacrifícios pedidos este ano tornarão possível evitar condições mais gravosas em anos posteriores. E, se querem provas disso,»
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Temos provas, temos!
O Sr. Secretário de Estado da Energia e da Inovação: — » aí têm os resultados do rigor com que estamos a gerir as contas públicas, que são já visíveis. São já visíveis, porque o défice estimado em 2010 é inferior aos 7,3% com que País se tinha comprometido.
Protestos do Deputado do PCP João Oliveira.
São já visíveis porque a captação da dívida pública, a emissão ontem feita, por muito que preocupe os Srs. Deputados — não deveria preocupar e ser, sim, motivo de júbilo — , foi assegurada em condições mais vantajosas do que acontecera na emissão anterior.
Aplausos do PS.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Esse discurso já é repetido!