O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

21 | I Série - Número: 038 | 14 de Janeiro de 2011

Os aumentos das taxas moderadoras, do custo com os medicamentos e com o transporte de doentes são incomportáveis. A isto não podemos deixar de associar a cada vez maior dificuldade de acesso aos cuidados de saúde, empurrando, os que podem, para o recurso à medicina privada.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. João Ramos (PCP): — No âmbito das deslocações, os aumentos até 17% no preço dos combustíveis, das portagens que, no caso das SCUT, em mçdia, podem ir de 88 € a 136 € mensais, consoante a área em que esta se insere, ou, no caso das pontes, de 2,3 e 2,49%. Também os transportes públicos, que em Julho já tinham aumentado 1,2%, voltaram a partir de Janeiro a subir entre 3,8 e 4,5%.
No consumo doméstico, os aumentos com vestuário e calçado, telecomunicações e produtos alimentares agravam em muito as despesas das economias familiares (só no pão, os aumentos podem atingir os 12%).
Não poucas vezes o aumento dos impostos levou a arredondamentos penalizadores para os consumidores.
A educação também dará o seu contributo para o agravamento da situação económica dos agregados. O aumento das propinas e a redução dos apoios sociais à educação confirmam isto mesmo.
As rendas de casa nos bairros geridos pelo IRHU estão a sofrer aumentos, com a situação caricata de ver aqueles que se preocuparam com a conservação que o senhorio não fez serem agora penalizados com um aumento maior, motivado pelo bom estado de conservação da habitação.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Um escândalo!

O Sr. João Ramos (PCP): — Também a electricidade apresenta um aumento de 3,8% para o consumo doméstico e o gás um aumento de 23%.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Uma vergonha!

O Sr. João Ramos (PCP): — Um substancial contributo para o aumento do custo de vida é dado pelo aumento da taxa do IVA, que se iniciou logo em meados do ano passado.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exactamente!

O Sr. João Ramos (PCP): — E, como se não fosse já suficientemente penalizador aumentar este imposto, ainda se optou por um aumento maior, de 20%, para as taxas aplicadas aos produtos essenciais.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É verdade!

O Sr. João Ramos (PCP): — Também o IRS é agravado e também desta vez com o mesmo princípio aplicado ao imposto anterior, uma subida maior para aqueles que declaram menos rendimentos.
Esta situação difícil é cada vez mais visível e ir-se-á acentuar nos próximos meses. Numa altura em que um grande número de portugueses ficará mais desprotegido, aquilo que o Governo tem para oferecer vem na linha das medidas até agora referidas: o aumento das custas judiciais e de outras taxas do Estado.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É verdade!

O Sr. João Ramos (PCP): — Também o sector bancário, como se não lhe bastasse a intimidade promíscua com a crise, faz dela uma oportunidade: não só beneficia de benesses vedadas à maioria dos portugueses como ainda aplica taxas acima do que lhe é permitido! As famílias, aliciadas e empurradas para as garras do sector bancário como panaceia para os seus problemas, estão hoje sobreendividadas — só à DECO pediram ajuda mais de 17 000!» Foi o próprio Instituto Nacional de Estatística que, ainda ontem, divulgou informação que confirma a subida em 1,4 pontos percentuais do índice de preços no consumo, o que mais um vez demonstra a pertinência deste debate de urgência convocado pelo PCP.