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17 | I Série - Número: 038 | 14 de Janeiro de 2011

A crise de 2011 agrava a destruição da economia e da vida das pessoas e essa crise resulta da aplicação corrente de medidas FMI, nomeadamente no Orçamento do Estado que agora está em vigor com a decisão dos governos do Partido Socialista e os votos favoráveis do PSD.

Aplausos do BE.

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, com amigos assim, a economia portuguesa não precisa de inimigos.
O FMI e o Fundo de Estabilização Europeu não nos vão salvar. Aliás, a sua intervenção usurária só tem dois objectivos: vergar o «doente» e isolá-lo, para salvar os países dominantes e os seus interesses financeiros, com um senão suplementar, o de que os resultados da Grécia e da Irlanda mostram à saciedade que o argumento da contenção do contágio é, em bom rigor, uma fantasia.
Era preciso intervir na Grécia para salvar a Irlanda; era preciso intervir na Irlanda para salvar Portugal; agora ç preciso intervir em Portugal para salvar a Espanha, a Itália e a Bçlgica»! Esta fila indiana perfilada para o sacrifício é o disfarce mais sórdido que os especuladores usam com uma fantástica mestria para ocultar a verdade, porque no fim são realmente eles, os especuladores, os únicos que se salvam e que ganham. E não é outra a lógica deste carrossel sem fim de subjugação das periferias europeias!

Aplausos do BE.

A desorientação da eurocracia foi bem sintetizada pelo vencedor do Prémio Nobel, Paul Krugman, quando falou do «masoquismo europeu» e da «mania europeia da austeridade», exigindo uma transformação da política europeia.
O facto é que Portugal não pode continuar a pagar juros seis e sete vezes superiores à taxa de crescimento do produto, como assinala o próprio Krugman. Além de estarmos a pagar dinheiro que realmente não devemos, porque não gerámos essa dívida, mais cedo do que tarde esses valores serão insustentáveis.
Mas a maior das perversidades que a estratégia da «claque do FMI» nos traz é a de somar suspensão da democracia ao esmagamento económico e social.
O FMI é um dos lados da bifurcação com que Portugal está hoje confrontado na escolha do seu futuro. Mas nada tem um só lado, não há caminhos únicos.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Tem de terminar, Sr. Deputado.

O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Termino já, Sr. Presidente.
O outro lado é o da democracia, porque a democracia é o campo em que todos têm igual cidadania e, por ser assim, é o campo dos serviços públicos que compensem as assimetrias de poder na sociedade. Eis, pois, clarificada a nossa escolha, Sr.as e Srs. Deputados: ou o FMI ou a democracia. Não há terceira via!

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Sr. Deputado, tem dois pedidos de esclarecimento. Por favor, informe a Mesa sobre se responde em conjunto ou individualmente.

O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Respondo individualmente, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Sendo assim, tem, desde já, a palavra o Sr. Deputado João Galamba.

O Sr. João Galamba (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado José Manuel Pureza, é com agrado que o Partido Socialista vê o Bloco de Esquerda reconhecer a dimensão profundamente europeia desta crise, reconhecer que o Governo age num contexto que não escolheu e que tem, inevitavelmente, de cumprir a parte que lhe cabe, isto é, os compromissos assumidos com a União Europeia.