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26 | I Série - Número: 040 | 20 de Janeiro de 2011

os preços não vão aumentar? Mas, Sr. Deputado, há uma certa contradição no discurso, porque sempre que os preços aumentam ao consumidor aumentam também ao produtor.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Nem sempre!

O Sr. Miguel Freitas (PS): — O que é verdade, Sr. Deputado, é que, em 2008, os preços aumentaram para o consumidor e aumentaram também para o produtor. Portanto, é preciso dizer que o aumento de preços beneficia tambçm os produtores agrícolas,»

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Não é bem assim!

O Sr. Miguel Freitas (PS): — » mas essa ç uma questão que os senhores não querem reconhecer.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Miguel Freitas (PS): — O que os senhores querem é, acima de tudo, fazer um discurso dizendo uma coisa e o seu contrário exactamente ao mesmo tempo, mas não me parece que esse seja o caminho.
Naturalmente, estamos preocupados com os preços agrícolas, estamos preocupados com os preços ao consumo e estamos preocupados com a regulação do mercado, aliás, essa é uma questão central e que teremos oportunidade de continuar a discutir na Assembleia da República.

Aplausos do PS.

O Sr. Pedro Lynce (PSD): — Sr.ª Presidente, peço a palavra.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. Pedro Lynce (PSD): — Sr.ª Presidente, quero interpelar a Mesa sobre afirmações feitas pelo Sr. Deputado Miguel Freitas.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Sr. Deputado, pode interpelar a Mesa sobre a condução dos trabalhos ou para pedir que faça distribuir algum documento.

O Sr. Pedro Lynce (PSD): — Sr.ª Presidente, pretendo exactamente pedir à Mesa que faça distribuir um documento a todos os grupos parlamentares, respeitante a afirmações feitas.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Far-se-á a distribuição, Sr. Deputado.
Não havendo mais inscrições para pedir esclarecimentos ao Sr. Deputado Miguel Freitas, dou a palavra, para uma declaração política, ao Sr. Deputado Bernardino Soares.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: É bem visível que, perante a contestação forte e justa às medidas em curso contra os trabalhadores, os reformados e o povo em geral, o Governo anda nervoso. É um nervosismo constante, bem patente nas reacções às críticas, seja na Assembleia da República ou fora dela, às suas medidas e à sua política.
De cedência em cedência em relação às imposições do capital financeiro, do núcleo de comando da União Europeia e também do capital nacional, o Governo compromete crescentemente o País. A rasteira submissão a estas orientações contra o interesse nacional parece ter levado até o Primeiro-Ministro, por estes dias, a pedir ajuda à Sr.ª Merkel, num telefonema de chapéu na mão.
O que é senão um sinal de nervosismo o que ontem aconteceu junto à Residência Oficial do PrimeiroMinistro, no final de um plenário de trabalhadores da Administração Pública? Uma actuação policial totalmente desproporcionada, inaceitável e que não pode ser desligada da responsabilidade política do Governo.