40 | I Série - Número: 062 | 11 de Março de 2011
Mas o que é pior, talvez, é que os dois partidos da extrema-esquerda deste Parlamento pretendam confundir a agenda do Governo com a agenda da direita.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Eles são piores?!
O Sr. Primeiro-Ministro: — O que seria a agenda da direita? Vamos ver.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ah!»
O Sr. Primeiro-Ministro: — A agenda da direita seria a eliminação da proibição do despedimento sem justa causa.
Vozes do PCP: — Oh!»
O Sr. Primeiro-Ministro: — Mas a extrema-esquerda acha que é a mesmo.
A agenda da direita seria existirem contratos a prazo verbais para jovens. Mas a extrema-esquerda acha que é a mesmo.
Protestos do Deputado do BE José Moura Soeiro.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Dá-lhe imenso jeito esse argumento!
O Sr. Primeiro-Ministro: — A extrema-esquerda acha que é o mesmo a actuação do Governo e a privatização parcial da segurança social, que a direita propôs explicitamente. O que fizemos na reforma da segurança social foi para a manter sustentável e pública.
A extrema-esquerda confunde a nossa agenda com uma agenda claramente apostada no fim da gratuitidade no acesso ao Serviço Nacional de Saúde.
Como é possível que a extrema-esquerda insista em considerar a linha política do Governo como uma linha política de direita?! Isso não resiste a uma análise! Tenham um mínimo de inteligência.
Mas, enfim, essa retórica, estafada, de 30 anos, continuamente propalada, querendo considerar o Partido Socialista ou o seu Governo como tendo políticas de direita, não convence ninguém, Srs. Deputados. Acho isso apenas absolutamente empobrecedor do debate político.
O Bloco de Esquerda falou – interveio a primeira vez e, agora, fez perguntas. Alguém ouviu, nesta Sala, a mínima das soluções? Qualquer dos Srs. Deputados pode constatar que houve um aproveitamento das dificuldades apenas como um enunciado político proclamatório e retórico mas sem nenhuma consequência, e, pior do que isso, esquecendo os progressos que fizemos. Este Governo fez a maior redução de sempre dos recibos verdes no Estado.
O Sr. António Filipe (PCP): — Os recibos verdes passaram a ser electrónicos!
O Sr. Primeiro-Ministro: — A maior redução de sempre! E o Bloco de Esquerda quer iludir isso, não quer reconhecer isso.
Protestos do BE.
E, depois, negam a própria realidade. Negam tudo! Não querem saber! Os números atrapalham.
Srs. Deputados, os números são estes: entre 2005 e 2009, foram reduzidos os recibos verdes em 40% e as avenças e tarefas em 46%.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — E o trabalho temporário?!