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30 | I Série - Número: 066 | 19 de Março de 2011

lado do bem e nós do mal. Simplesmente, Sr. Deputado, a nossa escolha tem a ver com a consciência de que só se defende o País fazendo um ajuste orçamental, o que é absolutamente necessário.
Relativamente às pensões, peço desculpa, Sr. Deputado, para dizer que o senhor não tem razão. Nas pensões acima de 1500 €, vamos fazer uma taxação que será, sensivelmente, equivalente ao que fizemos com os vencimentos na função pública. Isso parece-me justo e razoável, Sr. Deputado, porque, realmente, é uma distribuição dos esforços, que este ano foi para quem trabalhava, mas, para o ano, será para quem já está reformado e que pagará um ano essa contribuição.
É claro que o Sr. Deputado poderá sempre dizer que é melhor não pagar, que é melhor não haver nada. O Sr. Deputado está sempre do lado da facilidade, porque nunca encara a questão da responsabilidade. O que faria o senhor? Isso deixa-nos sem resposta.
Quanto à questão da crise política, o senhor não lhe pode fugir. Esta crise política é uma escolha da direita.
Bem ou mal» Eu acho que ç muito mal para o País a direita olhar para esta crise como uma oportunidade, com a sofreguidão de quem quer vir para o poder.
Um célebre rei francês um dia disse, a propósito dessa sofreguidão, que é sempre a impaciência com a vitória que normalmente conduz à derrota. Veremos! Mas, Sr. Deputado, o que se passa neste momento é que, sendo essa uma escolha da direita, a questão política é saber se o Bloco de Esquerda vai ajudar a direita a aproveitar esta oportunidade. E vai, Sr. Deputado! Nós já percebemos que vai.

Aplausos do PS.

O Bloco de Esquerda está sempre do lado daqueles que querem deitar o Governo abaixo. Está sempre do lado daqueles que se opõem ao Partido Socialista.

Vozes do BE: — E a Mota-Engil?! E o PSD?!

O Sr. Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, queira concluir.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Quem está contra o Governo terá o Bloco de Esquerda ao seu lado.
Sr. Deputado, é por isso que lamento muito esse comportamento, que tantas vezes tem sido criticado: o sectarismo, o ódio ao Partido Socialista, a incapacidade para revelar, em qualquer momento, um mínimo de abertura para fazer uma cooperação política e um diálogo político que possa servir o nosso País.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Francisco Louçã.

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, o senhor diz que não quer estar do lado da facilidade. Estou certo de que não foi esse o agradecimento da Mota-Engil e do Banco Espírito Santo.

Aplausos do BE.

Porque esses perceberam que não é justo nem razoável.
Quer medidas para combater o défice? Então acha que alguém tem um contrato assinado que tem que cumprir e que depois diz «desculpem qualquer coisinha», mas queremos 151 milhões de euros a mais? Isso não é défice, Sr. Primeiro-Ministro? Atacar Portugal é pagar esses «assaltos» ao contribuinte e por isso é que esta crise política que estamos a viver é uma crise de soluções.
É certo quando o Sr. Primeiro-Ministro diz que o acordo do PS com o PSD está a desabar. É verdade! A direita quer o poder! Quer ter mais participação do que a que tem no Orçamento do Estado que fez consigo, Sr. Primeiro-Ministro.
Por isso, deste debate fica claro para o País que o Governo vai cair, está caindo, vai caindo aos pedaços.
Temos, apesar disso, duas certezas: uma, é a de que o Governo quis e conseguiu uma recessão; a segunda é