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32 | I Série - Número: 066 | 19 de Março de 2011

Aplausos do PS.

Protestos do BE.

Sr. Deputado, o que o senhor vai fazer — para si, os meios sempre justificaram os fins — é empurrar o nosso País para o FMI, porque o Sr. Deputado só tem uma linha política, que é atacar o Governo. Isso, Sr. Deputado, é que é atacar o País: empurrá-lo para uma crise política, para a ajuda externa, para o FMI é ser a muleta da direita e é atacar Portugal. Isso sim, Sr. Deputado, é atacar o nosso país.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Francisco Louçã.

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, no enunciado das maldades do FMI, esqueceu-se certamente que o FMI quer o congelamento das pensões — e aí está o Sr. Primeiro-Ministro tão activo a esse respeito —, que o FMI quer a redução da indemnização dos despedimentos — e aí está o Sr.
Primeiro-Ministro entusiasmado com o embaratecimento dos despedimentos.
Mas reparei, Sr. Primeiro-Ministro, que a uma questão concreta nunca me respondeu: à questão dos 151 milhões de euros que o senhor vai dar à Mota-Engil e ao Banco Espírito Santo.
O País ficou a saber que o Primeiro-Ministro é corajoso para tirar 300 milhões de euros aos reformados, mas já deu 151 milhões de euros à Mota-Engil e ao Banco Espírito Santo.

Aplausos do BE.

O senhor não olha a meios para atingir os fins. Acha que um Governo cúmplice da facilidade e do desvario financeiro é um instrumento para o País — instrumento de cumplicidade, em que não há regras senão o poder do mais forte. E é isso que o Governo tem feito.
Dito isto, quero deixar-lhe ainda uma questão, porque sei que terá tempo para responder. Ontem, num debate no seu partido, o senhor disse — e a imprensa reflecte-o — que recebeu seis telefonemas de líderes mundiais durante o dia. Parabéns, Sr. Primeiro-Ministro!

Protestos do Primeiro-Ministro.

E com isso, Portugal votou no Conselho de Segurança a autorização do bombardeamento da Líbia. A Líbia, cujo «líder carismático» o Sr. Primeiro-Ministro acolhia, a quem convidava para almoçar, para quem, aliás, a Força Aérea Portuguesa foi chamada para abrilhantar as comemorações do 40.º Aniversário do seu regime.
Mas, agora, com o seu voto, vai começar uma guerra de bombardeamento sobre a Líbia.
Por isso, porque a guerra é sempre o incêndio que, no Médio Oriente, só pode trazer desgraças e a destruição da população, quero deixar aqui uma denúncia clara perante si: Portugal foi, durante o seu Governo, o sétimo País da União Europeia que vendeu mais armas e serviços militares à Líbia, repito, o sétimo País da União Europeia que vendeu mais armas e serviços militares à Líbia. A própria União Europeia, no seu todo, vendeu 1000 milhões de euros de armas e serviços militares à Líbia. E agora acha o Sr. PrimeiroMinistro, que não olha a meios para atingir os fins e que acha que qualquer instrumento é justificável, que Portugal se pode associar — depois do que aconteceu no Iraque e depois do que sabemos sobre a paz no Mediterrâneo — a uma aventura contra este regime (regime que, aliás, tão bem acarinhou ao longo do tempo), massacrando o seu povo e prejudicando as condições de paz em toda a região?

O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Vergonha, Sr. Primeiro-Ministro, é não aprender com a luta contra a guerra, vergonha ç não ter princípios essenciais,»