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I SÉRIE — NÚMERO 12

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euros, como a Sr.ª Secretária de Estado anunciou na Comissão —, teremos um prejuízo que pode ir até aos

4900 milhões de euros, entre o que já está contabilizado e o que pode vir a estar quando se fecharem todos

estes processos.

É curioso, aliás, que, nessa reunião com a Secretária de Estado, tenha sido colocada a questão de saber

quais as opções que o Governo equacionou para a solução deste processo e a Sr.ª Secretária de Estado — e

o Sr. Deputado, agora, disse o mesmo — tenha dito que havia duas opções: a que foi tomada ou a liquidação

do Banco.

Mas, Sr. Deputado, havia uma outra opção. A outra opção era que o Banco se mantivesse público e com a

sua actividade, por exemplo, dirigida para as pequenas e médias empresas e para a internacionalização das

nossas empresas — que é aliás, aquilo para que o BIC parece que vai utilizar o BPN —, e com os seus lucros

anuais pudesse ir ressarcindo o Estado do prejuízo.

E, Sr. Deputado João Almeida, não vale a pena dizer que a gestão pública seria sempre má, pelo menos

neste processo não vale a pena dizê-lo porque este processo vem de uma gestão privada que foi má e

fraudulenta.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Exactamente!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Portanto, esse argumento não colhe, pelo menos neste processo.

Sr. Deputado, o que acontece é que se errou na nacionalização, ao deixar de fora os activos, e se erra,

agora, na reprivatização, porque não se permite que, limpo o Banco, ele possa ficar ao serviço do Estado e da

economia nacional e com os seus lucros vir a pagar o buraco que deixou nas contas públicas. Ao invés, o que

se faz é entregar de borla a um grupo privado um banco depois de limpo pelos cofres do Estado, pelo erário

público, por todos os portugueses.

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Exactamente!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Isso é inaceitável, é duplamente inaceitável e é sobre isso que o Sr.

Deputado devia pronunciar-se.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado João Pinho de Almeida.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Bernardino Soares, eu próprio,

na intervenção que fiz, reconheci que o Partido Comunista, ao menos esse partido, tinha uma solução para o

Banco, coisa que o Partido Socialista, durante três anos, não conseguiu ter.

Agora, a prova da nossa discordância sobre a capacidade dessa solução ser uma boa solução não precisa

de demonstração futura, pois tem a demonstração destes últimos três anos, durante os quais o BPN foi

público.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Essa está boa!

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Se o Sr. Deputado não quer questionar a gestão do passado,

porque acha que não é um problema de modelo, então, também tem de responder por esta gestão. O que é

que valeu ao contribuinte, durante os últimos três anos, o BPN ter sido um banco público?

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Aquilo não era um banco, era um buraco!

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Aliás, poderemos chegar a acordo que isso aconteceu porque

a governação socialista era incompetente. Podemos chegar a acordo sobre isso, o que é também um

indicador, mas, Sr. Deputado, há um problema e um pormenor que o Sr. Deputado ignora: é que só havia