I SÉRIE — NÚMERO 59
28
Protestos do BE.
Os senhores olhem para si próprios, vejam a vossa história, tenham noção e evitem cometer esse tipo de
erros, que não lhes admitimos. Não admitimos por razão de fundo e não admitimos por razão de legitimidade.
Mais: sobre a matéria que está a ser discutida, podem os senhores vir com a demagogia que quiserem,
pode até o PS associar-se agora, demagogicamente, ao contrário daquilo que fez quando esteve no Governo,
porque a verdade é que os Srs. Deputados podem não ter razão, mas não é só a razão que vos falta, é
também a legitimidade, pois os senhores, no Governo, fizeram exatamente o contrário do que agora vêm
propor.
O Sr. Pedro Nuno Santos (PS): — Não é verdade! Não é verdade!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — De resto, não foi por acaso que a esmagadora maioria das
empresas que estão na mesma situação da que hoje aqui foi evocada saiu do País e se deslocalizou quando
os senhores estavam no governo!…
Neste momento, o que é preciso perceber é que se essas fossem as soluções teriam resultado no passado
e não soluções restritivas. Quando temos um problema e quando dentro de nós, sejam pessoas ou empresas,
os que participam na nossa sociedade sentem que têm a sua capacidade de produzir e criar riqueza limitadas,
não é erguendo novos muros que vamos conseguir resolver os problemas, porque, por muitos muros que
ergamos, as pessoas e as empresas vão querer continuar a ir-se embora.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Termino já, Sr. Presidente.
O que temos de criar são condições para que se sintam bem, no nosso País, onde criem riqueza, postos de
trabalho e paguem impostos justos, mas tudo no nosso País.
Vozes do PS: — Isso são só histórias!
E quanto aos impostos dos artigos de luxo?
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Mas para que os impostos sejam justos, as dívidas têm de ser
razoáveis, e os senhores criaram uma dívida que não é razoável e tem de ser paga. Como tal, neste momento,
temos de fazer este esforço, sempre com a consciência de que o caminho não é este, mas o da
competitividade fiscal.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — O Sr. Deputado Luís Fazenda pediu a palavra para que efeito?
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Para a defesa da honra da minha bancada, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Tem a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, Sr. Deputado João Pinho de Almeida,
o Bloco de Esquerda não está associado a nenhuma ditadura, nem nunca esteve e qualquer que seja o ângulo
de visão, sempre que o CDS tratar o BE por extrema-esquerda, temos toda a autoridade política e moral para
tratar geograficamente o CDS como de extrema-direita. Se o CDS quer para outros credenciais que não tem
de si próprio, só pode ser recompensado exatamente do mesmo modo, ou seja, simetricamente.
O Partido do CDS-PP não tem credenciais democráticas muito fortes na sua génese, na sua origem!
Vozes do CDS-PP: — Ohhh…!