12 DE ABRIL DE 2012
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Os sinais de deterioração dos serviços são evidentes e cada vez mais audíveis. Já há hospitais que pedem
aos médicos que prolonguem internamentos para melhorar o seu financiamento. Isto não é suportável!
Por todas as razões anteriormente expostas, Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs.
Deputados, vamos hoje aqui, nesta Assembleia, dar a voz ao povo que nos elegeu, através dos Deputados
eleitos em diversos círculos eleitorais, que nos trazem os problemas concretos do seu distrito e que carecem
de resolução urgente.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado António Serrano, a Sr.ª Deputada Teresa Caeiro inscreveu-se para
pedir esclarecimentos, mas dado o formato do debate dou agora a palavra, para uma intervenção, ao Sr.
Ministro da Saúde.
O Sr. Ministro da Saúde (Paulo Macedo): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: A audição de quatro
horas, na Comissão Parlamentar de Saúde, que teve lugar na passada quarta-feira, permitiu esclarecer a
atuação do Governo em matéria de política de saúde nos domínios identificados pelos Srs. Deputados. Não
obstante, eis-nos de novo, em Plenário, a ser interpelados em relação à política de saúde em curso e, assim,
retomaremos algumas das nossas principais mensagens e conclusões.
O processo de mudança em curso é constante e aponta num sentido determinado: a sustentabilidade do
SNS e a preservação dos ganhos em saúde alcançados ao longo dos últimos anos, num sistema que agrega
entidades de natureza pública a par dos operadores pertencentes ao setor privado e ao setor social.
Ao contrário do que tem sido referido, a evidência da prestação de cuidados concreta mostra que não está
comprometida a continuidade dos cuidados, não está em causa a capacidade de resposta e está certamente
assegurada a qualidade e a segurança da prestação de cuidados.
Inevitavelmente, e por força das circunstâncias económicas e financeiras, o debate político tem obrigado a
um escrutínio permanente dos esforços de consolidação orçamental, pois é necessário agir sobre as causas
estruturais do défice e da dívida acumulada no sector da saúde.
Mas, como temos sempre afirmado, constituem objetivos principais do Governo, reorientar e controlar a
despesa de saúde, reavaliar a política de saúde numa perspetiva transversal e mobilizar a inovação.
Devemos, ainda, corrigir redundâncias, renegociar acordos e contratar serviços, garantindo que a
experiência bem sucedida do SNS ao nível da qualidade e segurança se mantenha com os ganhos em saúde
que o histórico evidencia.
Assim, o setor da saúde disporá este ano da maior dotação de sempre: 9200 milhões de euros.
Como foi referido pelo Sr. Deputado António Serrano, deste valor 1500 milhões são para fazer face a
dívidas, à semelhança, inclusive, do que, de facto, aconteceu em 2005, mas agora com uma grande diferença:
é que este orçamento é conseguido numa época de restrições e de emergência nacional, o que mostra,
claramente, que o Governo quis discriminar a saúde, mesmo numa das situações mais difíceis do País.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Outra diferença — esperamo-lo sinceramente — é a de que esperamos, depois da utilização deste
orçamento, o maior de sempre na saúde, não voltar à mesma situação que encontrámos em 2011.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
É, pois, fundamental assegurar uma utilização mais eficiente dos recursos, envolvendo as equipas gestoras
nos resultados projetados, induzindo transparência na informação e promovendo o controlo interno.
Assumimos como objetivo estratégico continuar a melhorar a qualidade e o acesso efetivo dos cidadãos
aos cuidados de saúde, quer ao nível da organização, quer ao nível da prestação de cuidados.
Ao longo destes 9 meses, o Governo fez aprovar neste Parlamento legislação tão relevante como a lei que
instituiu o novo regime de composição de litígios emergentes de direitos de propriedade industrial, como a lei