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I SÉRIE — NÚMERO 104

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especialmente injusto, porque esta é uma das prestações sociais mais controladas, com resultados

assinaláveis e inquestionados.

Aplausos do PS.

E, claro, há que referir o inevitável rendimento social de inserção (RSI), o maior instrumento de

proclamação ideológica da direita. Por pura falta de coragem política não anunciaram às claras que cortaram

às cegas 40 € a cada criança beneficiária do RSI,…

Vozes do PS: — Muito bem!

O Sr. Pedro Jesus Marques (PS): — … apenas às famílias e às crianças beneficiárias do RSI.

O Sr. José Junqueiro (PS): — Muito bem!

O Sr. Pedro Jesus Marques (PS): — Aumentaram, às escondidas e de forma brutal, a severidade da

pobreza dos já de si mais pobres — as famílias com crianças. É esta a política do visto familiar!

Mas, ainda não satisfeitos com o que já fizeram, eis que avançam para o próximo ano com aumentos

brutais do imposto municipal sobre imóveis (IMI), insensíveis aos apelos de adaptação dos critérios aplicáveis.

Deixam, assim, as famílias, que já estavam angustiadas a um ano de distância, ainda mais angustiadas, agora

que também falta, e faltará em muitos casos, o subsídio de férias que ajudava a pagar este imposto.

Vozes do PS: — Muito bem!

O Sr. Pedro Jesus Marques (PS): — Corte de subsídio de férias e de Natal, aumento da fatura da luz e do

gás, aumentos do IVA e de outros impostos, aumento das taxas moderadoras e dos transportes públicos, corte

das bolsas do ensino superior e das prestações sociais, em particular aos doentes, às crianças e aos jovens,

anúncio de aumentos do IMI, estes são apenas alguns dos muitos exemplos da política de austeridade

asfixiante que o Governo prossegue, muito para lá do previsto no entendimento com a troica.

Mas o que mais asfixia hoje as famílias é resultado destas políticas: o aumento explosivo do desemprego.

A desesperança instala-se. Todos os dias conhecemos mais alguém próximo que caiu em situação de

desemprego. A taxa de desemprego dos jovens assusta e não para de crescer, mas a taxa de desemprego

dos que, com idade avançada, perdem o seu emprego também não para de aumentar. Desde que este

Governo tomou posse já aumentou em mais de 170 000 o número de inscritos nos centros de emprego. A taxa

de desemprego já ultrapassou os 15%.

Sr.as

e Srs. Deputados, já passou o tempo da surpresa e do espanto com a falha dos modelos económicos.

Menos tecnocracia e mais sensibilidade para o maior flagelo social do presente, eis o que se exige desta

maioria.

Aplausos do PS.

Mas que alternativas há? — dirão. Sim, temos alternativas. Agir pela manutenção do emprego, apoiando as

empresas que lutam diariamente para manter a sua capacidade produtiva e os seus empregados. Fazer tudo

pela existência de crédito na economia, desenvolver políticas ativas de emprego dirigidas à manutenção de

emprego e agir pelo crescimento económico na Europa.

O Governo errou ao recusar a proposta do PS para que Portugal se colocasse na linha da frente da defesa

de um novo pilar europeu de políticas para o crescimento e emprego. Foi Portugal que perdeu, mas não

pararemos de lutar, aqui e noutras sedes. Construiremos, na Europa, um movimento progressista para uma

política de crescimento económico integrada, que também beneficiará o nosso País. Terá de ser assim, uma

vez que, em Portugal, esta maioria tem outras prioridades que não o crescimento e o emprego. Uma maioria

que defende a austeridade asfixiante das famílias e das empresas, uma maioria que acredita piamente no

empobrecimento regenerador. Fazem mal. Fazem muito mal!