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6 DE OUTUBRO DE 2012

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A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado António José Seguro, para pedir esclarecimentos.

O Sr. António José Seguro (PS): — Sr.ª Presidente, Caros Colegas Deputados, Sr.as

e Srs. Ministros: Sr.

Primeiro-Ministro, ao fim de cinco dias de o Governo ter entregue em Bruxelas uma proposta, sem comunicar

ao Parlamento e aos parceiros sociais, o País ficou a conhecer mais medidas de austeridade.

A primeira pergunta que lhe faço é muito simples: o que é que pensa hoje o Dr. Pedro Passos Coelho,

confrontado com o facto de o Governo português ter entregue em Bruxelas uma proposta tão importante para

a vida dos portugueses, comparativamente àquilo que pensava o Dr. Pedro Passos Coelho em março de

2011, quando criticou o governo da altura por ter entregue em Bruxelas…

Aplausos do PS.

Em segundo lugar, Sr. Primeiro-Ministro, era importante que esclarecesse também os portugueses por que

é que mudou de opinião. Disse sempre, publicamente, que, sempre que houvesse anúncios pesados para os

portugueses, era o Sr. Primeiro-Ministro que não virava a cara e que os diria publicamente.

Pois bem, ontem não foi o Sr. Primeiro-Ministro — escondeu-se! Hoje não lhe ouvimos aqui uma palavra

sobre aumento de impostos. Diga-nos o que é que mudou na sua postura.

Aplausos do PS.

Ontem, pela voz do Sr. Ministro das Finanças, o País ficou a conhecer um aumento brutal de impostos, um

aumento no IRS superior a um terço, cerca de 35%. Trata-se de um ataque e de uma destruição da classe

média no nosso País.

Vozes do PS: — Muito bem!

O Sr. António José Seguro (PS): — Mas, mais: ficou também a conhecer-se que para o Governo tudo vai

bem. Ontem ouvimos, atónitos, o Sr. Ministro das Finanças falar em desenvolvimentos notáveis, em

ajustamentos muito significativos, que nunca nenhum governo em Portugal conseguiu tal. Resultado?

Aumento de imposto em 35% para os portugueses!

Aplausos do PS.

Nem tudo vai bem, vai mesmo tudo mal, no nosso País.

O Sr. Primeiro-Ministro falou nos resultados do ajustamento. Vamos, então, aos resultados do ajustamento,

Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro apenas apresenta dois resultados, sendo um relativo ao défice externo, à redução

imensa do défice externo. Sr. Primeiro-Ministro, porquê? Não o incomodam os motivos que levaram a essa

redução do défice externo? É porque o senhor «matou» a economia, e por ter morto a economia é que houve

essa redução drástica do défice externo.

E ao senhor, que gosta tanto de comparações com a Grécia, devo dizer-lhe que a Grécia, em junho

passado, conseguiu, precisamente na balança das transações correntes, um superavit de 600 milhões de

euros.

Portanto, aquilo que quero dizer-lhe, Sr. Primeiro-Ministro, é que o senhor devia estar preocupado, se

pensasse seriamente no País, nos motivos que levaram à redução desse défice externo e não vangloriar-se,

escondendo o que está por trás, que é negativo para Portugal.

Aplausos do PS.

Mas o Sr. Primeiro-Ministro veio também falar numa forte redução da despesa primária.