I SÉRIE — NÚMERO 8
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O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, procurarei usar o meu tempo de forma
tão eficiente quanto possível, respondendo ao essencial das questões que me colocaram.
Em primeiro lugar, responderei aos subscritores desta moção de censura…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Destas moções de censura! São duas!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Das duas moções de censura, com certeza, que têm o mesmo propósito.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É verdade! É o derrube do Governo!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Estão, desse ponto de vista, alinhados…
O Sr. António Filipe (PCP): — Ao contrário da maioria!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … e têm, conforme referi na minha intervenção, o mesmo significado: a
extrema-esquerda do Parlamento entende que não precisa de responder ao problema n.º 1 um que o País
tem, que é o problema do financiamento,…
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ah, não é o desemprego?!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … e entende que pode dirigir ao País uma palavra de alternativa e de solução
prometendo apenas o derrube do Governo.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Não foi só isso que dissemos!
O Sr. Primeiro-Ministro: — É que, diz um: «estamos perante um roubo e perante um esbulho»;…
O Sr. Francisco Louçã (BE): — Estamos esmifrados!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … diz o outro: «porque não temos condições para suportar esta austeridade».
Portanto, confirma-se aquilo que eu disse, no início deste debate. A extrema-esquerda não tem uma
solução para o País,…
O Sr. António Filipe (PCP): — E o senhor tem?!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … ou pelo menos, deixem-me corrigir, uma solução que seja compatível com a
nossa presença na União Europeia e na moeda única e com o nosso acesso a financiamento externo. Não
tem, é uma falência extraordinária.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — A falência é sua!
O Sr. Primeiro-Ministro: — O Deputado Francisco Louçã começou por dizer, negando o próprio exercício
que fez na sua pergunta, que «não sou de intrigas!». Mas, depois, fez aqui seis minutos de pura intriga.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Francisco Louçã (BE): — Basta o Conselho de Ministros para isso!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Deputado Francisco Louçã, vou fazer-lhe a vontade e não vou responder a
intrigas. Mas considero lamentável, Sr. Deputado, que as mesmas personalidades que o seu partido
considerava serem o inimigo do povo e o símbolo da incompetência política sejam agora citadas pelo Sr.
Deputado para atacar o Governo, por supostamente pertencerem à área política que suporta o Governo.