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I SÉRIE — NÚMERO 8

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O Sr. Primeiro-Ministro: — … por oposição àqueles que pagam os seus impostos e trabalham no duro

para poderem cumprir as suas responsabilidades.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Essa ideia de que os portugueses são uma cambada de mandriões…

A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, temos uma segunda ronda de perguntas e a Mesa regista a

inscrição, por esta ordem, dos seguintes Srs. Deputados: João Oliveira, do PCP, Catarina Martins, do BE,

Paulo Mota Pinto, do PSD, António José Seguro, do PS, Bruno Dias, do PCP, Ana Drago, do BE, e António

Filipe, do PCP.

Assim, para pedir esclarecimentos, tem a palavra, em primeiro lugar, o Sr. Deputado João Oliveira.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, o senhor e o seu Governo merecem

censura porque enganam as pessoas e arruínam o País.

Os senhores apresentaram-se às eleições dizendo aos portugueses que não era possível aguentar mais

sacrifícios e, no último ano, não fizeram outra coisa senão impor mais sacrifícios aos mesmos, aos do

costume.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exato!

O Sr. João Oliveira (PCP): — Os senhores diziam que era preciso aplicar o pacto de agressão para

reduzir o endividamento, para reduzir o défice e para reduzir o desemprego, porque tudo isso hipotecava o

futuro das novas gerações. Ao fim de um ano, temos uma dívida maior, um défice que não para de crescer e

um desemprego que bate recordes, e sempre com previsões de agravamento.

Os senhores enganaram o povo e as novas gerações, para quem, afinal, só tinham preparado o convite à

emigração e uma política de pleno desemprego e redução de salários.

Quanto à dívida, Sr. Primeiro-Ministro, gostava de fazer a seguinte citação: «Temos um Estado que deve

151 000 milhões de euros. Os juros são colocados a níveis absolutamente proibitivos e assustadores. No

Orçamento já constam 6300 milhões de euros só para pagar os juros da dívida do Estado, o que corresponde

a dois terços de todo o IRS que é pago em Portugal. Ou seja, de facto, as pessoas estão a trabalhar para

pagar os juros da dívida ao estrangeiro». Sabe de quem são estas palavras, Sr. Primeiro-Ministro? Estas

palavras são do Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, seu parceiro de coligação, do CDS-PP,

Dr. Paulo Portas, em 2011.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Pois é!

O Sr. João Oliveira (PCP): — E sabe qual é o drama, Sr. Primeiro-Ministro? O drama não é a contradição

entre aquilo que diz o Dr. Paulo Portas e aquilo que faz o Dr. Paulo Portas, porque essa já uma marca

conhecida da desonestidade do CDS, o ex-partido do contribuinte.

Vozes do CDS-PP: — Desonestidade?!

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Desonestidade?! Desonesta é a Câmara do Seixal! Desonesto é o

que se passa em Almada!

O Sr. João Oliveira (PCP): — O drama disto, Sr. Primeiro-Ministro, é que, um ano depois do Governo da

direita e do pacto de agressão, da coligação do PSD e do CDS-PP, a dívida já não é de 151 000 milhões de

euros, é de 198 000 milhões de euros, os juros da dívida já não são de 6300 milhões de euros, são de 7523

milhões de euros, e já não correspondem a dois terços do IRS, correspondem a três quartos do IRS pago por

todos os portugueses. Este é o verdadeiro drama!