6 DE OUTUBRO DE 2012
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Já sei que o senhor vai dizer que foi o PS que colocou essas privatizações no pacto de agressão assinado
com a troica, mas a verdade é que quem está no Governo, agora, é o senhor, é o PSD e o CDS, do Dr. Paulo
Portas!
Ainda nos lembramos das críticas do CDS ao plano de privatizações do governo do PS, dos alertas em
relação aos monopólios naturais e aos perigos dos monopólios privados. Aonde é que isso já vai!… Agora,
tudo se pode fazer em nome da santíssima troica e do sacrossanto défice!
Os senhores bem podem repetir 1000 vezes que é para salvar o País que o estão arruinar. A bem da
Nação, vão vendendo o País a pataco. É uma política criminosa que não pode ficar impune.
Quem está a defender o País e o setor público são os trabalhadores que lutam contra as privatizações, e
hoje mesmo o fazem numa grande jornada no setor dos transportes, que daqui saudamos.
Já dissemos aqui, e voltamos a dizer, que esta vossa política é uma política de fascismo económico, um
fascismo económico que coloca o País a saque para benefício dos grupos económicos. Foram esses que
causaram a crise e são esses continuam a ganhar com ela. Não venham falar em cigarras e em formigas, o
mal deste País está nas sanguessugas!
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, para pedir esclarecimentos, a Sr.ª Deputada Ana Drago.
A Sr.ª Ana Drago (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, falou-nos aqui da importância da
credibilidade para governar e diria mesmo que foi a única coisa acertada da sua intervenção. Falemos,
portanto, de credibilidade.
O Governo já tem um ano e meio e, há um ano atrás, quando apresentou na Assembleia da República o
Orçamento para 2012, disse-nos o Sr. Primeiro-Ministro que esse era o Orçamento das dificuldades mas era o
Orçamento para cumprir todas as metas e todos indicadores apresentados, e que 2013 seria o ano da
recuperação económica, em Portugal.
Nessa mesma altura, o Bloco de Esquerda apresentou propostas e disse ao Sr. Primeiro-Ministro que o seu
Orçamento do Estado era o caminho para o desastre económico, o caminho para o desastre social na
sociedade portuguesa.
O Sr. Francisco Louçã (BE): — É verdade!
A Sr.ª Ana Drago (BE): — Agora, Sr. Primeiro-Ministro, basta fazer as contas.
Os senhores falharam redondamente em todos os indicadores, pois não há um número que confirme a
proposta do Governo: há mais défice, há mais dívida, há mais desemprego, há mais recessão. Os senhores
não têm qualquer credibilidade!
Aliás, têm dois orçamentos retificativos (o próximo vai chegar) e reviram quatro vezes a previsão da taxa de
desemprego, sempre para pior. Os senhores não têm qualquer credibilidade!
E agora, para 2013, o Sr. Primeiro-Ministro envia-nos o Sr. Ministro de Estado e das Finanças para
carregar exatamente na mesma receita, para aplicar um saque fiscal a todo o País e cortes que colocam em
causa serviços públicos essenciais para a democracia. Portanto, Sr. Primeiro-Ministro, temos de nos entender:
o senhor e o seu Governo já não têm qualquer credibilidade!
O Sr. Francisco Louçã (BE): — Muito bem!
A Sr.ª Ana Drago (BE): — O debate que aqui temos, hoje, é o debate em que se mostra que o Sr.
Primeiro-Ministro está sozinho, sem qualquer estratégia para o País. Basta, aliás, ver a cara de velório nas
bancadas da direita,…
Protestos do PSD e do CDS-PP
… para perceber que o seu Governo está morto, que o senhor não tem ninguém ao seu lado.