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I SÉRIE — NÚMERO 8

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isso! Nós falamos esta linguagem transparente —, só é possível reduzir um défice de 7,7% para 6%, quando

há perda de receita…

Protestos do PS.

Os Srs. Deputados podem desejar interromper em permanência, mas apreciaria bastante que os senhores

ouvissem por que é que estão enganados, e não é por fazerem ruído que passam a ter razão!

Aplausos do PSD.

Como estava a dizer, só é possível reduzir um défice de 7,7% para 6%, com despesa social a aumentar e

com receita fiscal a cair, cortando despesa, Sr. Deputado. Não é possível de outra maneira!

O Sr. Pedro Jesus Marques (PS): — Explique o desvio!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Seria uma impossibilidade matemática e aritmética.

Portanto, Sr. Deputado, o que sobra é o mesmo desde o início: é saber o que queria, então, o Partido

Socialista fazer. Nós sabemos o que o Partido Socialista diz. O Partido Socialista diz «nós queremos atingir

todas as metas», mas se tivéssemos feito aquilo que os senhores diziam no ano passado não teríamos

atingido a meta; se tivéssemos feito para este ano o que os Srs. Deputados queriam, que era mais despesa, o

défice teria sido maior ainda!

Vozes do CDS-PP: — É verdade!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Portanto, Sr. Deputado, está equivocado. A receita que o senhor tem dado,

que é basicamente a de dizer que quer cumprir as metas mas não quer a austeridade necessária para que ela

se cumpra, é uma impossibilidade.

O Sr. António José Seguro (PS): — Eu explico-lhe!

O Sr. Primeiro-Ministro: — O Sr. Deputado tem de decidir: ou quer fazer um ajustamento em Portugal e

sofrer a dor que é natural nesse processo, ou não quer.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Só dói a quem trabalha!

O Sr. Primeiro-Ministro: — E tem de o dizer ao País. Não pode andar pelo País a dizer que o Governo

está a cumprir aquilo que o seu Governo negociou em 2011 mas que o Sr. Deputado gostaria que toda a gente

pudesse ter mais e que a despesa pública não fosse tão pequena. Portanto, Sr. Deputado, parece-me claro,

hoje, que o Partido Socialista não tem uma alternativa que não seja a de andar pelo País a querer «agradar a

gregos e a troianos».

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

É por isso, Sr. Deputado, que — como dizia, e muito bem, o Sr. Deputado Paulo Mota Pinto — o Partido

Socialista, um dia, vai ter de se decidir. Se quer que Portugal esteja no euro e na União Europeia não pode

negar que Portugal precisa de ter disciplina fiscal. E para ter disciplina fiscal, Sr. Deputado, não podemos

deixar de reduzir a despesa, como temos feito, e de aumentar a receita, como temos vindo a propor.

Portanto, Sr. Deputado, não há aqui um segundo caminho.

O Sr. António José Seguro (PS): — Há, há!