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6 DE OUTUBRO DE 2012

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Ao não assumir o voto contra as moções de censura em debate, o Partido Socialista, com a sua abstenção,

mais uma vez, fica-se por um «nim», pactuando com os que defendem dever Portugal entrar no enxovalho do

incumprimento dos compromissos internacionalmente assumidos.

Pactua o PS com os que querem comprometer a credibilidade que Portugal reconquistou, e que, ao fim e

ao cabo, por essa via, mais não pretendem do que prolongar a presença da troica e as graves limitações que

tal importa para a nossa soberania.

Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as

e Srs. Deputados: É tempo de

terminar, e faço-o recorrendo a Sá Carneiro, que, com arrepiante atualidade, afirmou, e passo a citar: «O

nosso povo tem sempre correspondido nas alturas de crise. As elites, as chamadas elites, é que quase

sempre o traíram».

Vozes do PCP e do BE: — Isso é que é verdade!

O Sr. Guilherme Silva (PSD): — Da nossa parte, tudo faremos para que Portugal continue a cumprir e a

respeitar os compromissos assumidos.

Tudo faremos para garantir a coesão social e o esforço coletivo que todos estamos a fazer, com vista à

consolidação orçamental e ao saneamento das contas públicas, sem o que não é possível recolocar o País no

caminho do desenvolvimento e do crescimento económico sustentáveis.

É essa certeza e essa esperança que queremos partilhar com todos os nossos concidadãos, em especial

com os mais desfavorecidos, com os desempregados, com os que suportam maiores privações, e a quem

temos obrigação de garantir que os sacrifícios, que, de todo, não desejamos, vão valer a pena.

Seguramente que, em conjunturas tão graves como esta, a História julgar-nos-á a todos.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Estão inscritos, para pedirem esclarecimentos ao Sr. Deputado Guilherme Silva, o Sr.

Deputado Paulo Sá, do PCP, e a Sr.ª Deputada Catarina Martins, do BE.

O Sr. Deputado Guilherme Silva acaba de informar a Mesa que responderá em conjunto.

Tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Sá.

O Sr. Paulo Sá (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Guilherme Silva, quando o PSD estava na

oposição, ou melhor, quando fazia de conta que estava na oposição, dirigia duras críticas ao Governo do PS e

às suas políticas. Deste modo, tentava fazer crer aos portugueses que constituía uma real alternativa, que

quando chegasse ao Governo praticaria políticas diferentes. Mas, no Governo, o PSD faz exatamente o

contrário daquilo que prometeu quando estava na oposição.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. Paulo Sá (PCP): — Vou dar apenas alguns exemplos, de uma lista sem fim.

Na oposição, o PSD organizava vigílias, no dia da mãe, contra a intenção do PS de encerrar

maternidades;…

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É verdade! Bem lembrado!

O Sr. Paulo Sá (PCP): — … hoje, no Governo, o PSD quer encerrar a Maternidade Dr. Alfredo da Costa.

Na oposição, o PSD andava com cordas ao pescoço, protestando contra os cortes nas bolsas do ensino

superior;…

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Bem lembrado!

O Sr. Paulo Sá (PCP): — … no Governo, volta a colocar as cordas ao pescoço, mas agora no pescoço dos

estudantes!