I SÉRIE — NÚMERO 8
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O Sr. António Filipe (PCP): — Exatamente!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Na oposição, o PSD protestava contra o encerramento de escolas, contra a
criação de mega-agrupamentos, contra o despedimento de professores; no Governo, o PS leva mais longe
ainda a política de ataque à escola pública.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exatamente!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Na oposição, o PSD insurgia-se — e cito — «contra a destruição de postos de
trabalho e a restrição no acesso aos apoios sociais, particularmente aos desempregados»; no Governo, o PSD
aplica uma política de destruição em massa de postos de trabalho e retira apoios sociais, particularmente aos
desempregados.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Na oposição, o PSD recusou-se a aceitar o PEC 4, porque — e cito — «não é
possível aceitar um documento que apenas castiga os portugueses e não dedica uma única linha ao
crescimento da economia»; no Governo, o PSD castiga brutalmente os portugueses e a economia afunda-se
de dia para dia.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Na oposição, o PSD, pela boca do seu líder, prometeu aos portugueses que
nunca lhes retiraria os subsídios de férias e de Natal, mas, mal se apanhou no Governo, a primeira medida
que anunciou foi o roubo de metade do subsídio de Natal;…
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Mentirosos!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — No Governo, o PSD faz exatamente o oposto daquilo que prometeu fazer na
oposição. O PSD rasgou o seu programa eleitoral. O PSD enganou os portugueses. O PSD mentiu aos
portugueses, descaradamente!
Vozes do PCP: — Exatamente!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Perante isto, pergunto-lhe, Sr. Deputado Guilherme Silva, que legitimidade
democrática tem um Governo que alcançou o poder mentindo e enganado os portugueses!? Nenhuma, Sr.
Deputado. Nenhuma!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Muito bem!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Termino com uma citação do Sr. Ministro Miguel Macedo, o qual, há dois anos,
na altura Deputado, dirigindo-se ao Governo do PS, dizia as seguintes palavras (que, diga-se de passagem,
aplicam-se como uma luva ao atual Governo): «Claro que o Governo merece ser censurado. Está esgotado
nas políticas, vive deslocado da realidade, é insensível aos problemas sociais que se avolumam e que estão
aí, à nossa frente, e está em decomposição acelerada, comporta-se como um Governo em fim de ciclo, que se
arrasta penosamente pelas cadeiras do poder».
Dizia estas palavras e apontava ao Governo do PS e às suas políticas a porta da rua.
É exatamente isso que é preciso fazer agora. É preciso apontar a porta da rua a este Governo e às suas
políticas, a política da troica!
Aplausos do PCP.