6 DE OUTUBRO DE 2012
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O Sr. Primeiro-Ministro: — O que o Sr. Deputado propõe é fazer de conta que não temos um problema de
financiamento. Mas temos também, Sr. Deputado, e aí é importante verificar que o senhor não se distingue
verdadeiramente destas soluções que estão a ser apresentadas. Sabe porquê? Porque o Partido Comunista e
o Bloco de Esquerda dizem uma coisa simples: isto não se faz com austeridade e nós não precisamos do
financiamento externo, portanto, Portugal pode sair do euro, não tem problema nenhum, pode voltar a ter uma
moeda soberana…
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — É falso! Mais uma mentira!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … e, com isso, renegociar toda a dívida. Mas, como o Sr. Deputado sabe que
não é possível renegociar toda a dívida e que não é possível abandonar a zona euro, entretém-se a dizer ao
País que a receita que o País está a seguir, aquela que é conforme ao caminho europeu, não é aceitável.
Protestos do PS.
Isso é uma inconsistência, Sr. Deputado, e espero que perceba a sua própria inconsistência.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, queira terminar.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Finalmente, Sr.ª Presidente, queria apenas dizer o seguinte: nós conseguimos
evitar uma nova deslocação da troica a Portugal para fechar o exercício do quinto exame regular. Isso hoje é
claro, e só não o vê quem não quer ver. Teria sido muito mau sinal que o País tivesse precisado de uma
segunda visita da troica a Portugal para que pudesse completar o quinto exame regular. Nós fizemo-lo com
discrição, dizendo, no entanto, ao País o que iríamos fazer, tendo, ontem, o Sr. Ministro de Estado e das
Finanças comunicado ao País esse resultado.
Não há nada que esteja mais dentro das regras estabelecidas do que o caminho que o Governo seguiu,
mas o Sr. Deputado nem isso consegue reconhecer. Está no seu direito de seguir o caminho da demagogia,
mas esse não é o caminho que o Governo pode seguir.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, vamos passar à fase das intervenções.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, peço a palavra para interpelar a Mesa.
A Sr.ª Presidente: — Faça favor, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, Os Verdes já dispõem de pouco tempo para
intervir no debate, pelo que temos de gerir esse tempo. Assim, por via da Mesa, gostava de saber se podemos
ter a informação de quem são os membros do Governo que vão intervir no debate. Designadamente, gostava
de saber se o Sr. Ministro Paulo Portas vai intervir ou se o fará apenas na fase de encerramento, quando já
não terá hipótese de ser confrontado por ninguém.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
Risos do PS.
Ou seja, preciso de saber quais são os membros do Governo que vão intervir para gerir o tempo de Os
Verdes. A minha interpelação é neste sentido, Sr.ª Presidente.
A Sr.ª Presidente: — A Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia fez mais uma interpelação sui generis, das muitas
que aqui se fazem.