I SÉRIE — NÚMERO 8
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Aplausos do PSD.
Sr.ª Deputada, posso transmitir-lhe as informações que tenho, e mais não poderei. A Mesa regista as
inscrições do Sr. Deputado Guilherme Silva, do PSD, do Sr. Deputado Francisco de Assis, do PS, do Sr.
Ministro de Estado e das Finanças e do Sr. Deputado João Semedo, do Bloco de Esquerdo. Estas são as
inscrições que a Mesa regista para intervenções nesta fase do debate.
Para o encerramento, a Mesa ainda não tem oradores inscritos, para além daqueles que, pelo modelo do
debate, por natureza, já estão definidos previamente.
Tem a palavra o Sr. Deputado Guilherme Silva para uma intervenção.
O Sr. Guilherme Silva (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e
Srs. Deputados: A primeira nota que me suscitam as duas moções de censura em debate vai no sentido de
registar o facto de os dois partidos que as subscrevem revelarem, apesar de tudo, maior convergência nas
ruas do que capacidade de entendimento no Parlamento.
A Sr.ª Teresa Leal Coelho (PSD): — Muito bem!
O Sr. Guilherme Silva (PSD): — Na verdade, não se dispuseram a subscrever um texto comum, e o mais
que conseguiram foi a apresentação de duas em um, ou seja, de duas moções de censura num só debate.
Está fora de causa que a moção de censura ao Governo constitui uma figura constitucional que cabe aos
grupos parlamentares apresentar quando o considerem oportuno, em conformidade com os requisitos
regimentais. Estamos, assim, perante o natural exercício de um direito por parte do PCP e do Bloco de
Esquerda.
Todavia, é legítimo, diria mesmo que é imperativo, perguntar se, num momento de grave emergência
nacional como o que, infelizmente, vivemos, seria esta a iniciativa política que os portugueses esperariam de
quem, como oposição que se deseja séria e responsável, os representa na Assembleia da República.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — O Alberto João apoia!
O Sr. Guilherme Silva (PSD): — Analisando o teor das duas moções esta interrogação ganha maior
pertinência e torna-se ainda mais preocupante, pois esperava-se que, ao menos, fossem apresentadas
alternativas consistentes de governo que pudessem constituir a primeira justificação das moções de censura
em causa.
Ambas as moções são dececionantes, embora se tenha de reconhecer que há diferenças entre a moção do
PCP e a moção do Bloco de Esquerda. Efetivamente, o PCP, apesar de tudo, ainda acena para um Governo
«que prosseguisse uma política patriótica e de esquerda,…»
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!
O Sr. Guilherme Silva (PSD): — «… uma política que parta da renegociação da dívida pública». O PCP
apresenta-nos, assim, como alternativa, um governo tipo Vasco Gonçalves,…
O Sr. António Filipe (PCP): — O PSD participava nesse Governo!
O Sr. Guilherme Silva (PSD): — … com a cega e total nacionalização dos meios de produção, ou seja,
pretende fazer retroceder o País às velhas e caducas soluções estatizantes definitivamente enterradas com a
queda do muro de Berlim!
Vozes do PSD: — Muito bem!