6 DE OUTUBRO DE 2012
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O drama é que, para os senhores continuarem a prestar vassalagem à troica e aos interesses do capital,
estão a arruinar a vida dos portugueses e o futuro do País.
É por isso que o povo exige a demissão do Governo e é por isso que o PCP apresenta esta moção de
censura.
Aplausos do PCP.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Desonesto é ocupar as terras das pessoas, em Beja!
A Sr.ª Presidente: — O Sr. Primeiro-Ministro informou a Mesa que adota o modelo de resposta no final da
segunda ronda, tal como sucedeu na primeira ronda.
Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Catarina Martins.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, o País não acredita em si nem
acredita no Governo, por uma razão muito simples: o Governo não acerta uma! Nada! Nenhuma previsão do
Governo bate certo! Falharam sempre! Afundam o País!
Hoje mesmo, o Sr. Primeiro-Ministro tem o desplante de vir aqui dizer-nos que, depois da opressão da
dívida, irá aliviar impostos. Sr. Primeiro-Ministro, que «opressão da dívida»? Números do Governo: 93%,
108%, 120%, 124% do PIB, para o próximo ano, de dívida pública! Não há qualquer combate à dívida, a dívida
aumenta e todas as previsões do Governo falham. Sempre, sempre, mais dívida!
O Sr. Francisco Louçã (BE): — É verdade!
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — E, como há sempre mais dívida, o Governo, que não tem qualquer
solução a não ser aumentar impostos, aumentar a recessão e agravar as contas do País, nunca irá aliviar
qualquer carga fiscal.
Sr. Primeiro-Ministro, diga a verdade, não venha aqui prometer para o futuro o que já prometeu no passado
e não fez, porque não faz nunca! Bem sei que lhe custa dizer a frase «aumento de impostos» e vem aqui falar-
nos de correção, mas não é correção, Sr. Primeiro-Ministro, é aumento de impostos. Tudo o que o Governo
tem para oferecer é aumento brutal de impostos!
O Governo é, hoje, a crise, porque não tem qualquer solução para o País. É o Governo que fica
surpreendido com os números do desemprego. Mais de 1 milhão de pessoas sem emprego, no País, e o
Governo está surpreendido, sem respostas. E tudo o que faz é aumentar impostos. Não tem qualquer solução!
Foi o Governo que, num ano, estourou mais de 1000 milhões de euros da segurança social, que é o futuro
de todos, pago pelos salários, e que o Governo estourou, desbaratou, num ano.
É este Governo que não tem soluções, é este Governo que é a crise e que nos vem dizer que temos de
pagar mais. Dá-nos o privilégio de pagarmos mais para termos menos saúde, de pagarmos mais para termos
menos educação, de pagarmos mais para termos menos emprego, de pagarmos mais para termos menos
reformas, de pagarmos mais, sim, para pagarmos mais juros.
Nada é sagrado para o Governo que não os sacrossantos juros da dívida e a Sr.ª Merkel. Aí, tudo pode
acontecer! Destrói-se um país em nome do pagamento de juros abusivos sobre dívidas que quem trabalha não
fez e que o Governo não tem coragem de afrontar.
O Governo é a crise, porque o Governo não tem rumo.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — O Sr. Primeiro-Ministro vem aqui dizer-nos que tudo vai bem. Se tudo vai
bem, então, como é que tudo fica mal?!
Um milhão de pessoas saiu à rua, a dizer «Que se lixe a troica!».
O Sr. Raúl de Almeida (CDS-PP): — E iam-lhe acertando a si!