I SÉRIE — NÚMERO 9
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O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Devo dizer que é estranho que, num debate com esta importância — as
privatizações são, de facto, uma realidade e uma oportunidade —, o Partido Socialista, que o agendou
potestativamente, venha discutir matérias que constavam do PEC 4, que constavam do Programa do Governo
do Partido Socialista, que constam de afirmações de ex-ministros e que, pelos vistos, até constam de
declarações políticas feitas na Assembleia da República.
Mais grave do que isso, o Partido Socialista poderia aqui dizer que, estando a favor da oportunidade que
são as privatizações, ainda assim encontrou faltas de transparência, e eu pergunto aos Srs. Deputados do
Partido Socialista: podem indicar um caso de falta de transparência nas privatizações que ocorreram?
Poderiam vir dizer que havia falhas na regulação, e eu pergunto: podem dar um exemplo de deficiências ou de
falha na regulação e, já agora, sugestões para corrigir essas falhas, para melhorar os mecanismos de controlo,
da parte do Estado?
Podem aqui vir dizer que houve privatizações que ficaram aquém ou que extrapolaram o Programa do
Governo e o que foi assumido pelo Governo, mas esquecem que o sucesso, reconhecido por todos, nas
privatizações já feitas e a clareza com que a própria Assembleia discutiu todas as privatizações até agora —
no caso da Cimpor, recordo que a Assembleia, a maioria aprovou todos os pedidos da bancada do Partido
Socialista para ouvir todos os intervenientes, as vezes que fossem necessárias, para que não restassem
dúvidas sobre o processo.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Penso que, nesta matéria, a transparência e o rigor são fundamentais.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Devo dizer que, para o CDS, como é óbvio, as privatizações são uma
oportunidade, como aqui ficou demonstrado. É algo de que não devemos ter medo!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Ah, são, são!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Caro Bruno Dias, empresas saudáveis economicamente são boas para
os trabalhadores, são excelentes para o serviço que prestam a quem delas precisa e são ainda melhores para
o contribuinte, porque é uma forma de evitar que os contribuintes sejam chamados a fazer um esforço para
capitalizar empresas,…
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — … para suprir e para manter serviços que, quase sempre, ou são
deficitários ou provocam grandes desigualdades. Hoje temos contribuintes generalizados pelo País fora de
empresas que prestam serviços, nomeadamente nos transportes, em partes e não no todo do País.
Vozes do CDS-PP: — É o País inteiro a pagar para Lisboa!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Devo dizer, como já foi dito, e bem, que o facto de estarmos hoje a
potenciar e a exportar marcas portuguesas, know-how português tem um efeito exponencial nas economias
locais e regionais, porque são pequenas e médias empesas, são microempresas que fornecem serviços e que
aproveitam para criar emprego, para criar riqueza, para fixar populações, para combater o despovoamento.
Tem um efeito gerador na economia bastante mais positivo.
É fundamental que o Estado cumpra o seu papel de regulador, de defensor do que devem ser os serviços
públicos essenciais. Mas nem aí assistimos, da parte da bancada do Partido Socialista, a uma crítica, um
exemplo de que um serviço terá sido posto em causa. De resto, também não podiam, porque tudo o que este
Governo está a executar, e está a fazê-lo com mérito, certeza e rigor, corresponde, no fundo, a ideias e
propostas do Partido Socialista.