11 DE OUTUBRO DE 2012
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portuguesa tem aqui um elemento central. O objetivo é não só atrair investimento para as empresas públicas,
mas demonstrar, através destes processos, que existem oportunidades de investimento na economia
portuguesa, e não necessariamente apenas em empresas públicas, mas também em empresas privadas,
dinamizar o nosso mercado de capitais e resolver uma debilidade estrutural das empresas portuguesas, que é
o excesso de dependência da dívida bancária, fazendo com que dependam, cada vez mais, de capitais
próprios. Os capitais próprios das empresas portuguesas são cronicamente baixos e este é um problema
estrutural da economia portuguesa. A atração de investimento estrangeiro é um contributo muito importante
para essa mudança.
Mas, porque queremos preservar o valor das nossas empresas, a qualidade técnica das nossas
empresas,…
O Sr. Luís Fazenda (BE): — «Nossas»?!
A Sr.ª Secretária de Estado do Tesouro e das Finanças: — … as empresas privatizadas mantêm-se em
Portugal, continuam a dar emprego em Portugal, continuam a pagar impostos em Portugal.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Nem as portuguesas! Pagam na Holanda!
A Sr.ª Secretária de Estado do Tesouro e das Finanças: — E o facto de terem parceiros estrangeiros,
com capacidade de penetração noutros mercados, faz com que sejam capazes de levar o seu nome, o seu
conhecimento e o nome de Portugal além-fronteiras. Este é um ativo fundamental para a estratégia de
internacionalização e de crescimento do País.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Isso é uma ficção!
A Sr.ª Secretária de Estado do Tesouro e das Finanças: — Os processos de privatizações têm ainda
muito caminho pela frente, mas temos condições para garantir que, em todos eles, serão seguidas todas as
regras de transparência. Todas as entidades que têm participação nos processos o farão e viremos a este
Parlamento, quer ao Plenário, quer às comissões parlamentares, prestar todos os esclarecimentos que os Srs.
Deputados entendam ser necessários.
Também as entidades europeias, designadamente a Direção Geral da Concorrência da União Europeia,
acompanham estes processos, passo a passo, para garantir que todos são compatíveis com as regras
europeias, com as regras de concorrência, porque o que queremos é abrir a economia portuguesa e aproveitar
plenamente os benefícios do mercado interno. Isso consegue-se com empresas fortes e capitalizadas e com
parceiros estratégicos que lhes permitam desenvolver a sua atividade.
Por seu lado, os parceiros estratégicos que entram através dos processos de privatizações fazem outros
investimentos na economia nacional, criam mais riqueza na economia nacional, fazem associações com
entidades privadas da economia nacional, e tudo isso contribui para criar riqueza em Portugal, para criar
emprego em Portugal, e bem sabemos como isto é necessário para dar a volta à crise que, atualmente,
atravessamos.
Por isso, importa dizer, na conclusão deste debate sobre o programa de privatizações, que ele está a correr
bem, que todos os processos são devidamente acompanhados por quem deve acompanhá-los e que as
nossas empresas são devidamente valorizadas ao longo de todo o processo. Os resultados para a economia
portuguesa serão, pois, certamente, muito favoráveis daqui para a frente.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Tem agora a palavra, também para uma intervenção final, o Sr. Deputado Mota
Andrade, do PS.