O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

18 DE OUTUBRO DE 2012

9

Insuspeitos, aliás, ex e atuais dirigentes dos partidos da coligação não conseguem disfarçar o seu

incómodo. Este Orçamento é mau e é portador de uma autêntica bomba atómica fiscal. É mau, porque insiste

no caminho errado! E porquê insistir com mais austeridade?

O Governo mostra-se, assim, isolado e distante da realidade dos portugueses. O PS, o Presidente da

República, os parceiros sociais e até o FMI todos dizem que esta dose de austeridade é irrealista, só o

Governo prossegue teimosamente na receita do empobrecimento. As pessoas já não aguentam mais, os

sacrifícios estão já para além do limite.

Vozes do PS: — Muito bem!

O Sr. António Braga (PS): — Por isso, este Orçamento é mau demais, é, aliás, inexequível, como já

dissemos.

Mas, pior ainda, é a degradação pública de um Governo sem rumo e sem liderança.

É um Governo de tão poucos ministros e de tantos assessores, que se desautoriza a si próprio, que deixa

«cair na rua» o texto do Orçamento antes de o apresentar, que publicita jornalisticamente quatro versões e

que, a julgar pelas palavras do Sr. Ministro de Estado e das Finanças, caminha para uma quinta versão.

É um Governo que não fala com os parceiros sociais, que nele confiaram e que por ele são enganados,

surpreendidos diariamente por medidas que lhes são estranhas e que se distanciam deles.

É um Governo que fez cinco atualizações do Memorando de Entendimento sem ouvir ninguém.

É um Governo que apresentou estratégias para o País na Europa sem consultar a Assembleia da

República.

É um Governo que andou de TSU em TSU até ao recuo final.

É um Governo que falta à palavra dada.

Aplausos do PS.

Passos Coelho há muito que constrói a degradação pública da imagem do Executivo; está isolado e

distante dos portugueses; abandonou a concertação e os parceiros sociais; e, pior ainda, abandonou as

pessoas.

Vozes do PS: — Bem lembrado!

O Sr. António Braga (PS): — O Governo sempre se distanciou de um caminho que existe, que é a

alternativa que o Partido Socialista tem vindo a demonstrar. Há mais de um ano que temos vindo a defender

um caminho diferente, que passa pela adoção de medidas a nível nacional e a nível europeu.

Vozes do PS: — Muito bem!

O Sr. António Braga (PS): — Contudo, o Governo há muito que abandonou a Europa. Mas ouvimos agora

o Ministro da Economia, que, numa espécie de sobressalto, afirma: «A Europa tem de perceber que sem

crescimento não resolvemos o problema da dívida.». É caso para perguntar: onde tem andado Álvaro Pereira?

Aplausos do PS.

Será que não se falam no Governo? O problema é que o Primeiro-Ministro já desistiu da Europa, e com ele

todo o Governo, ao reduzir o seu espaço de intervenção às vénias a Berlim.

O Governo não tem rumo, não tem estratégia. Vejam, agora é o FMI que muda essa realidade, a realidade

virtual em que Vítor Gaspar proporciona equações, todas muito bem explicadas, mas que persistem com um

pequeno problema: é que não acertam com a realidade.

Agora, o FMI vem dar mais um contributo para mudar essa realidade. No caso de Portugal, considerando

os dados lançados pelo FMI, há já quem projete que o impacto negativo no PIB pode chegar aos 5,3%. Ora, o